Na Escola Militar do Rio
J. Paiva
Escola Militar do Rio de Janeiro,na Praia Vermelha. em foto de 1885.
Cobria todo o espaço entre o morro da Urca e o Pão de Açucar
( Imagem: Jornal do Brasil - Internet).
Frente e verso, da Medalha Milagrosa (Fonte : Wikipédia)Catarina Labouré: 1806- 1876..."Caixão de vidro com o corpo
incorruptível de Santa Catarina Labouré" (Fonte: Wikipédia).
Os caminhos, entre o Colégio da Imaculada Conceição e a Casa Velha
do Outeiro, da família Oliveira Paiva, eram feitos entre mangeronas...
...pinhões...
...melões de São Caetano (fechados).......( abertos)....
... em flor...
...jitiranas...etc...(imagens: google)
Luis Alves de Lima e Silva ( 1803- 1885) ,
o Duque de Caxias...
Família Imperial do Segundo Reinado, por volta de 1870. Da esquerda
para a direita o Conde d'Eu, Dom Pedo II, Dona Tereza Cristina e a
Princesa Isabel.. Foto de Alberto Henschel. (Wikipédia).
o Duque de Caxias...
Família Imperial do Segundo Reinado, por volta de 1870. Da esquerda
para a direita o Conde d'Eu, Dom Pedo II, Dona Tereza Cristina e a
Princesa Isabel.. Foto de Alberto Henschel. (Wikipédia).
Princesa Isabel (foto: Wikipédia)
A Princesa Isabel com o bisneto, Pedro Henrique.
(Wiikpédia)
Antônio Gonçalves de Oliveira Junior (Dom Vital)1844-1878, Bispo de Olinda (Wikipédia).
Dom Antônio de Macedo Costa (1830-1891)
Bispo do Pará. (Wikipédia).
morro da Urca com a estação do bondinho, vendo-se o teleférico
subindo para o Pão de Açucar. (Imagem:: google).
Imagem belíssima, onde se tem, numa visão aérea, a Praia Vermelha,
Rio de Janeiro,em primeiro plano, vendo-se o IME, o morro da Urca
e, do outro lado, ao fundo, toda a extensão da Praia de Copacabana
e, bem à direita , a Pedra da Gávea...bem distante...OBS: este morro,
à direita, em primeiro plano, aqui pertinho, é o PÃO DE AÇUCAR...
Bispo do Pará. (Wikipédia).
Instituto Militar de Engenharia. O IME fica localizado na Urca, Zona
Sul carioca, mais precisamente na Praia Vermelha, ao lado da estação
do Bondinho do Pão de Açucar. Neste mesmo local funcionou a Escola
Militar do Rio de Janeiro(1ª foto), onde estudou Manoel de Oliveira Paiva.
(Foto: google)
Nesta foto, vê-se, à esquerda, parte do IME, tendo ao fundo, omorro da Urca com a estação do bondinho, vendo-se o teleférico
subindo para o Pão de Açucar. (Imagem:: google).
Imagem belíssima, onde se tem, numa visão aérea, a Praia Vermelha,
Rio de Janeiro,em primeiro plano, vendo-se o IME, o morro da Urca
e, do outro lado, ao fundo, toda a extensão da Praia de Copacabana
e, bem à direita , a Pedra da Gávea...bem distante...OBS: este morro,
à direita, em primeiro plano, aqui pertinho, é o PÃO DE AÇUCAR...
Manoel de Oliveira Paiva, com o seu caráter muito temperado de altivez e dignidade, não soubera suportar, com sacrifício de sua reputação, a disciplina que o Reitor do Seminário do Crato, à falta de provas em contrário, quisera aplicar-lhe injustamente. E agora, com o assomo apenas em tese permitido, de ambição e liberdade, que os seus 15 anos não autorizavam, ia magoar mais uma vez o coração materno, que fazia pouco mais de um ano sangrara ao ver o filho idolatrado voltar do Crato, perdida no abismo de sua confusão e de seu desespero, a vocação sacerdotal, porém já então sossegado, cicatrizada que estava ficando a ferida.
Meus tios Manoel e João, apegados ao Colégio das Irmãs de Caridade, armadores da Gruta, fabricadores de "bougies" ou lanternas para as procissões e coroações de Maria, às quais Irmã Gagné, braço direito da Irmã Bazet, dava todo o
tom francês daquela época, em que ainda vivia a Medalha Milagrosa, Irmã Catarina Labouré, serviam também como sacristãos na missa do Padre Chevalier, a um pulo da Casa Velha, através de caminhos feitos entre matapastos, mangeronas, salsas, pinhões, primaveras, melões de São Caetano, jitiranas, etc., onde daí a dois ou três anos surgiram algumas cetenas de palhoças na Grande Seca, entre o Colégio e a Casa Velha e o açude do Pajeú, que futuramente apenas será lembrado devido ao Edifício que tem esse nome...
Dois primos, um da linha colateral e o outro da linha direta, José Freire Bizerril Fontenele e Vicente Osório de Paiva, tinham anteriormente assentado praça no Exército e ingressado na Escola Militar, isso a 2 de janeiro de 1871, segundo o douto Barão de Studart e já em 1876 eram alferes-alunos. Oliveira Paiva não se conformava com a vida medíocre, sem destino certo, pobre e, como era a família, num meio provinciano, onde já se verificava, em ponto pequeno o desenrolar da trama da Comédia Humana, de Balzac, pois algo de elevado o impulsionava para rumos incertos. Também seria soldado, ocuparia no Exército o altar da Pátria, o lugar que perdera irremediavelmente no altar da Igreja, quando mais quando, naquela época, o Clero Brasileiro era forçado a ficar como que atrelado ao carro do Estado, apenas tendo em seu favor o providencial critério na escolha dos Bispos, feita pela vontade de um dos mais notáveis Soberanos da História, Dom Pedro II, que era meio aos caprichos e vaidades que muito o prejudicaram, lamentavelmente fora enredado no labirinto da Questão Religiosa, assim cerceando ao meio de sua incontestável ascendência pessoal e o admirável equilíbrio de suas decisões e assuntos do fôro da consciência... As Lutas da independência, a consolidação do Império e a glória que o Brasil conquistara na defesa dos Povos do Sul, contra os Ditadores tiranos e, enfim, a Guerra do Paraguai tinham formado uma legião de soldados cheios de cicatrizes, galões e títulos nobiliárquicos. Não seria melhor a nova carreira do amanhã tornar-se Bispo, preso e condenado se quisesse exercer sem óbices o poder espiritual? Alí estava o glorioso Duque de Caxias que, pela mão da Princesa Isabel, fizera o Imperador anistiar os Prelados de Olinda e do Pará.
Seu tio materno, Antônio Pereira de Brito Paiva, o animara a alistar-se como voluntário do Exército, garantindo-lhe que chegado ao Rio de Janeiro, obteria por seu prestígio político a matrícula na Escola Militar. Foi isto em fins de 1876, quando partiu a informar à pobre mãe sua inopinada resolução, esta cujo coração já se acalmara pela conformidade cristã, reprovou-lhe o gesto impensado, temendo por ele devido à sua debilidade física e ao risco que correriam sua fé e seus bons costumes, ao recordar ela certa noite em que ele não aparecera na hora de recolher, compreendeu que cumprira sua intenção. Abandonando provisoriamente a casa, foi refugiar-se numa mais próxima. Ao vir despedir-se meu tio, dias após, não encontrou minha avó e mesmo assim embarcou, lamentando não poder abraçá-la e beijar-lhe a mão, pois ela tinha teimado em não querer mais vê-lo, somente voltando para a Casa Velha quando ele tivesse partido, julgando talvez que isto fosse o bastante para fazê-lo retroceder. Era o seu coração, pressago de mãe que adivinhava o futuro do filho, pois, como diz o rifão, o coração de pai não se engana e o de mãe muito menos...
Por J. Paiva
...continua...
Meus tios Manoel e João, apegados ao Colégio das Irmãs de Caridade, armadores da Gruta, fabricadores de "bougies" ou lanternas para as procissões e coroações de Maria, às quais Irmã Gagné, braço direito da Irmã Bazet, dava todo o
tom francês daquela época, em que ainda vivia a Medalha Milagrosa, Irmã Catarina Labouré, serviam também como sacristãos na missa do Padre Chevalier, a um pulo da Casa Velha, através de caminhos feitos entre matapastos, mangeronas, salsas, pinhões, primaveras, melões de São Caetano, jitiranas, etc., onde daí a dois ou três anos surgiram algumas cetenas de palhoças na Grande Seca, entre o Colégio e a Casa Velha e o açude do Pajeú, que futuramente apenas será lembrado devido ao Edifício que tem esse nome...
Dois primos, um da linha colateral e o outro da linha direta, José Freire Bizerril Fontenele e Vicente Osório de Paiva, tinham anteriormente assentado praça no Exército e ingressado na Escola Militar, isso a 2 de janeiro de 1871, segundo o douto Barão de Studart e já em 1876 eram alferes-alunos. Oliveira Paiva não se conformava com a vida medíocre, sem destino certo, pobre e, como era a família, num meio provinciano, onde já se verificava, em ponto pequeno o desenrolar da trama da Comédia Humana, de Balzac, pois algo de elevado o impulsionava para rumos incertos. Também seria soldado, ocuparia no Exército o altar da Pátria, o lugar que perdera irremediavelmente no altar da Igreja, quando mais quando, naquela época, o Clero Brasileiro era forçado a ficar como que atrelado ao carro do Estado, apenas tendo em seu favor o providencial critério na escolha dos Bispos, feita pela vontade de um dos mais notáveis Soberanos da História, Dom Pedro II, que era meio aos caprichos e vaidades que muito o prejudicaram, lamentavelmente fora enredado no labirinto da Questão Religiosa, assim cerceando ao meio de sua incontestável ascendência pessoal e o admirável equilíbrio de suas decisões e assuntos do fôro da consciência... As Lutas da independência, a consolidação do Império e a glória que o Brasil conquistara na defesa dos Povos do Sul, contra os Ditadores tiranos e, enfim, a Guerra do Paraguai tinham formado uma legião de soldados cheios de cicatrizes, galões e títulos nobiliárquicos. Não seria melhor a nova carreira do amanhã tornar-se Bispo, preso e condenado se quisesse exercer sem óbices o poder espiritual? Alí estava o glorioso Duque de Caxias que, pela mão da Princesa Isabel, fizera o Imperador anistiar os Prelados de Olinda e do Pará.
Seu tio materno, Antônio Pereira de Brito Paiva, o animara a alistar-se como voluntário do Exército, garantindo-lhe que chegado ao Rio de Janeiro, obteria por seu prestígio político a matrícula na Escola Militar. Foi isto em fins de 1876, quando partiu a informar à pobre mãe sua inopinada resolução, esta cujo coração já se acalmara pela conformidade cristã, reprovou-lhe o gesto impensado, temendo por ele devido à sua debilidade física e ao risco que correriam sua fé e seus bons costumes, ao recordar ela certa noite em que ele não aparecera na hora de recolher, compreendeu que cumprira sua intenção. Abandonando provisoriamente a casa, foi refugiar-se numa mais próxima. Ao vir despedir-se meu tio, dias após, não encontrou minha avó e mesmo assim embarcou, lamentando não poder abraçá-la e beijar-lhe a mão, pois ela tinha teimado em não querer mais vê-lo, somente voltando para a Casa Velha quando ele tivesse partido, julgando talvez que isto fosse o bastante para fazê-lo retroceder. Era o seu coração, pressago de mãe que adivinhava o futuro do filho, pois, como diz o rifão, o coração de pai não se engana e o de mãe muito menos...
Por J. Paiva
...continua...
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NOTAS:
1- No texto de J. Paiva, acima, foi mantida a forma ortográfica original, de 1952, quando foi publicado, também em capítulos, no jornal O NORDESTE, de Fortaleza;
2- As imagens, que antecedem ao texto, com legendas, tem a intenção apenas de ilustrar algumas citações do texto, que considero importantes;
3- Os próximos dois capítulos terão, também, o sub-título de: "Na Escola Militar do Rio"...
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Até a próxima semana........ Um forte abraço!!!