"Dona Guidinha" no quadro da época
J. Paiva
Biblioteca Infantil Monsenhor Bruno, em Aracati-Ceará, a 154 Km.
de Fortaleza. Cidade Natal de Mons. Bruno de Figueiredo.
(Foto do blog Biblioteca Infantil Monsenhor Bruno)
de Fortaleza. Cidade Natal de Mons. Bruno de Figueiredo.
(Foto do blog Biblioteca Infantil Monsenhor Bruno)
Mons. Bruno nasceu em 1841 e faleceu em 1930.
É nome de rua, em Fortaleza. É vasta e rica, a sua biografia.
(Foto do blog Biblioteca Infantil Monsenhor Bruno)
Avenida Frei Serafim, em Teresina- Piauí, vendo-se, ao fundo, a
Igreja de São Benedito, mandada construir por Frei Serafim, quando
de sua missão pelo Nordeste do Brasil, no século XIX. (Foto : google)
Igreja de São Benedito, em Teresina, capital do Piauí, que levou 12
anos para ser edificada, na missão de Frei Serafim, que chegou à
à cidade de Teresina em 1874. (Fonte: Wikipédia).
Imagem de Frei Serafim de Catânia, que fica na avenida que
leva o seu nome, em Teresina. Frei Serafim, era um missionário
Capuchinho que chegou ao Brasil por Recife, em 1841. percorrendo
todo o Nordeste, pregando e edificando igrejas, tornado-se famoso por
sua bondade e fama de milagreiro. (Fonte: Wikipédia)
Vista panorâmica e atual de Quixeramobim, no Sertão Central,
a 216,7 Km de Fortaleza. Nesta cidade, nasceu Maria Francisca
de Paula Lessa a "Marica Lessa" que "inspirou" Manoel de Oliveira
Paiva na personagem "Dona Guidinha". (Foto: site da Prefeitura de
Quixeramobim).
Igreja Matriz de Quixeramobim, cujo padroeiro é Santo Antônio.
Nela, em 1804, foi batizada Maria Francisca de Paula Lessa, a
Marica Lessa, "retratada", em Dona Guidinha do Poço, romance
de Oliveira Paiva, como Margarida, a Dona Guidinha.(Wikipédia).
Barragem de Quixeramobim, onde corre o rio de mesmo nome, o
afluente esquerdo do rio Banabuiú, que deságua no Rio Jaguaribe.
(Foto: site da Prefeitura de Quixeramobim)
afluente esquerdo do rio Banabuiú, que deságua no Rio Jaguaribe.
(Foto: site da Prefeitura de Quixeramobim)
Cadeia pública, em Quixeramobim, onde foi presa Marica Lessa
(personagem real, que inspirou Dona Guidinha),antes de ser transferida
para Fortaleza, onde foi julgada e condenada a 30 anos de prisão e
onde veio a falecer,por volta de 1887, quando mendigava nas ruas...
(Fonte: Wikipédia, no verbete Marica Lessa )
Cadeia Antiga, de Fortaleza, onde ficou presa Marica Lessa. Hoje,
esta edificação abriga a ENCETUR, centro de artesanato e outras
atrações turísticas. (Foto: google)
Antiga Cadeia de Fortaleza, hoje um centro de turismo, vista por
outro ângulo, tendo ao fundo o prédio da Santa Casa de Misericórdia.
Uma das galerias da Antiga Cadeia de Fortaleza, hoje ENCETUR,
onde se encontram belos artesanatos regionais, com renda de bilros
bordados... além da gastronomia cearense. (Foto: google)
Principal portão da Antiga Cadeia, na sua parte interna,
por onde passou, certamente, "Marica Lessa", a mulher que
inspirou o romancista Oliveira Paiva a criar Dona Guidinha.
Esta edificação se localiza na parte mais antiga de Fortaleza....
bem próximo ao mar... (Foto: google)
(personagem real, que inspirou Dona Guidinha),antes de ser transferida
para Fortaleza, onde foi julgada e condenada a 30 anos de prisão e
onde veio a falecer,por volta de 1887, quando mendigava nas ruas...
(Fonte: Wikipédia, no verbete Marica Lessa )
Cadeia Antiga, de Fortaleza, onde ficou presa Marica Lessa. Hoje,
esta edificação abriga a ENCETUR, centro de artesanato e outras
atrações turísticas. (Foto: google)
Antiga Cadeia de Fortaleza, hoje um centro de turismo, vista por
outro ângulo, tendo ao fundo o prédio da Santa Casa de Misericórdia.
Uma das galerias da Antiga Cadeia de Fortaleza, hoje ENCETUR,
onde se encontram belos artesanatos regionais, com renda de bilros
bordados... além da gastronomia cearense. (Foto: google)
Principal portão da Antiga Cadeia, na sua parte interna,
por onde passou, certamente, "Marica Lessa", a mulher que
inspirou o romancista Oliveira Paiva a criar Dona Guidinha.
Esta edificação se localiza na parte mais antiga de Fortaleza....
bem próximo ao mar... (Foto: google)
Diz Monsenhor Bruno de Figueiredo, em "Os Primeiros Bispos do Ceará", que, "distanciado de Olinda, visitado por Delegados dos Bispos, os quais não podiam remediar todas as faltas, entregues na sua máxima parte a homens que não podiam atacar os vícios, que não sabiam apontar a boa doutrina, que enfim não tinham tido um tirocínio sacerdotal, que os habilitasse a bem apascentar os seus fregueses, o Ceará, por bem que tivesse conservado a fé e reconhecido pender para a piedade, era uma Diocese que reclamava um gênio criador, um coração paternal, um Apóstolo enfim por suas virtudes e por seu saber".
Apliquemos tão sisudas e sinceras citações ou, melhor, esse termômetro espiritual ao romance de Manoel de Oliveira Paiva.
Se Dona Margarida Reginaldo de Oliveira Barros, na sêca de 1825, ainda pequenota (10 anos ?), agora já com 35 anos, quando a vemos criminosa; se o moleque Anselmo, com 9 anos, nascera pela missão de Frei Serafim, que não podia ser antes de 1839, quando começára a "invasão Capuchinha", como costumavam batizá-la os inimigos das Ordens Religiosas; então a ação do romance começou certamente em 1846, um ano após a sêca de 1845 finalizando talvez em 1850 mais ou menos, alguns anos antes da criação do Bispado do Ceará, em 1854, e ainda muito mais anterior à posse de Dom Luiz, em 1861. Manoel de Oliveira Paiva, que certo teria a retocar, refundir e reajustar, os originais de "Dona Guidinha do Poço", não faria à-toa um trabalho de tanta realidade, de tanta sinceridade, de tanta originalidade, de tanta graça e naturalidade no linguajar matuto, de tanto respeito no tratamento entre os dois sexos, entre agregados e patrões, entre escravos e senhores...
Logo no primeiro capítulo aparece-nos o Rev. Visitador, que era, no romance, o Cura de Russas do Jaguaribe. Vemos que o romancista dava ao sentimento religioso, à Igreja e ao Clero, o seu lugar de destaque na sociedade sertaneja em que, por um retrocesso de imaginação, nos sentimos tão bem como os honestos personagens do drama, conquanto, aqui e alí, confirme, nos seus diálogos e monólogos, o que nos dizia o cronista eclesiástico, acêrca da indisciplina sacerdotal e da falsa devoção. É certo, aliás, que o Padre, quer no seu ministério quer na sua missão, muito lhe merecem. A missa não lhe faz sair da pena uma só frase, uma só alusão leviana que lhe tire o valor como centro de piedade, demonstração da Fé por excelência. E o mesmo diremos dos terços e das novenas, apenas profligando o culto incompreendido das imagens.
Por J. Paiva.
...continua...
...continua...
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NOTAS:
1- O texto biográfico, de J. Paiva, foi transcrito nesta postagem, em sua íntegra e fiel à norma ortográfica com que foi escrito, em 1952, nas páginas do jornal O NORDESTE;
2- As imagens e legendas, que precedem ao texto, ali estão no sentido de contextualizar-se, aos fatos e personagens citados por J. Paiva (José Joaquim de Oliveira Paiva: 1895-1977), sobrinho materno do biografado e meu pai;
3- No próximo capítulo, o VIII, "Dona Guidinha" no quadro da época, terá a sua conclusão, seguindo-se com o sub-título "No Seminário do Crato", no capítulo IX...
3- No próximo capítulo, o VIII, "Dona Guidinha" no quadro da época, terá a sua conclusão, seguindo-se com o sub-título "No Seminário do Crato", no capítulo IX...
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Retorno em uma semana...............Abraços!!!