domingo, 30 de outubro de 2011

NO QUINTAL, UM PÉ DE LARANJA DA TERRA...

NA COMPOTEIRA, A DELÍCIA ACRIDOCE!!!
Compoteira que  pertenceu à avozinha Rosa. Hoje, pertence
à minha irmã mais velha, Zélia Maria, que a mantém como
relíquia de família. Tem mais de 100 anos...
(Foto: Lúcia Paiva)
Já disse aqui, onde tenho revelado vivências minhas do passado, principalmente da infância, que uma de minhas avós, vivia em nossa casa. A outra avó, a paterna, chamada Rosa, morava com a sua única filha, solteira, em uma casa um pouco distante da nossa. De vez em quando, íamos, os netos, visitá-la. Sempre acompanhados por nosso pai.
A casa da avozinha, como a chamávamos, era bem simple, de beira-e-bica, situada à Rua Pinto Madeira, em Fortaleza, próxima à antiga Praça do Colégio onde, mais de meio século antes, existiu o Sítio de Dona Mariquinha, minha bisavó, mãe da avozinha Rosa...Sítio de que  tratei aqui em postagem do dia 23 de agosto último...
Tudo mudou! Quem vivera em um grande sítio arborizado, quando criança, agora tinha apenas um Pé de Laranja da Terra, no quintal de sua casa... 
Ontem, indo à casa de minha irmã Zélia, fitei, por alguns minutos, uma compoteira transparente (não sei se é de cristal) que a mana conserva em um guarda-louças, na sala de jantar. É a mesma compoteira que eu via, quando menina, na casa da avozinha.Para a Zélia, que "herdou" a linda louça, agora é  uma relíquia, já não a utiliza para compotas, deixa-a apenas exposta... Mas, na casa da avozinha, havia dentro,sempre, doce de Laranja da Terra, feito por ela. Quando lá íamos, além de nos servir a delícia, tirada da compoteira, ainda trazíamos para casa o doce em compotas,  em potinhos... 
- "Leve este doce pra Mazé "- dizia ela...

Pensando em fazer essa postagem de hoje, a partir dessa saudosa e querida lembrança, pedí a "digital" da mana e fotografei a compoteira para, junto à outras imagens, ilustrar esta página...
Após chegar da casa da Zélia, fui bisbilhotar na internet para complementar a matéria em questão. Não pensei que iria descobrir tanto sobre Laranja da Terra: doces com outros tipos de laranjas, livro sobre compoteira e compotas, receitas, vídeos, flor de laranjeiras, pé de laranjas...e tais...
Assim, selecionei alguns itens para, a seguir, apresentar aos meus leitores amigos:
Com muito cuidado, retirei a compoteira-relíquia
de seu "nicho"  para a mesa de jantar...apenas
para a foto.... ( foto: Lúcia Paiva)...
Fiquei "esperando", a compota de Laranja
da Terra, gostosamente  AGRIDOCE, da
avozinha....(...apenas, na imaginação! )...
A mana , serviu doce de banana prata,
em rodelas...bem vermelhas, como o que
mamãe fazia...muito  gostoso, também...
Procurando imagens de Compoteiras, achei
este maravilhoso livro que foi lançado há
pouco tempo...uma história deliciosa....
Vejam, o blog CAVALEIRO ANDANTE:
http://celsosisto.blogspot.com/
Linda compoteira  francesa.(foto: Mercado Livre)
Compoteiras antigas, em Cristal Bacarat ...
(Foto: Mercado Livre)'

É muito linda, a flor de laranjeira...!
(Foto: google)
Carregadinha, como era o Pé de Laranja da Terra 
da avozinha....(Foto: google)
Parece uma pintura, estas rodelas de Frutas Cítricas...
(Imagem: Wikipédia)
Esta pintura  tão singela (imagem do google) ,tinha que 
compor esta página...até parecem, minha mana Zélia e eu  
a colher Laranjas da Terra  para a avozinha fazer compota....
...porém, esta imagem real (do google) é a que mais se assemelha
ao pé da Laranja da Terra do quintal da avozinha....até os
saquinhos de papel de pão, que ela punha nas laranjas 
"de vez"....ou seja, quase maduras...aí estão...
(Imagem: google)

DOCE DE LARANJA DA TERRA...
UM PERFEITO RITUAL!
Minha gente amiga, encontrei uma infinidade de receitas dessa laranja de casca grossa e de intenso AMARGOR...Porém, resolvi não trazer nenhuma das que li. Prefiro narrar, de memória, o "ritual" que eu presenciava, na casa da avozinha:

Como disse acima, a Laranja da Terra tem uma casca muito grossa e é extremamente amarga. Minha avó ralava a parte amarela , com muito cuidado, para não ferir a polpa. Depois de ralada, cortava a laranja em cruz, mas de forma a não separar as quatro partes, deixando-as ainda juntas nas extremidades. Retirava então toda a polpa da laranja; a casca ficava como uma flor de  4 pétalas. Lavava então muito bem, essas pétalas, e as depositava de molho por uns 7 dias,(esta parte, ela me contava) mudando sempre a água, até que desaparecesse todo o amargor. Durante os dias de molho, a avozinha  raspava as pétalas para tirar o excesso da polpa. Só então, as cascas em pétalas eram fervidas, sendo bem escorrida, depois, toda a água. Era aí que uma calda era feita no fogo (para  a quantidade de laranja  dependia a quantidade de açucar). Quando a calda estivesse fervendo, iam-se mergulhando as pétalas das laranjas, juntamente com alguns cravos da índia e pedaços de pau de canela. Assim, as pétalas das laranjas absorvem a calda, ficando no ponto certo... 
Quando a laranja é bem madura, amarela...o resultado é este....
(foto:google)
....mas se a laranja for de casca verde....fica assim, a compota, bem verdinha...
(Imagem do blog  COISA E TAL.. da Taís....
Bom, para quem não "gosta" de ritual, trouxe um vídeo que mostra como se faz um Doce de Laranja Bicuda ( casca grossa, mas não tão amarga, quanto a da Laranja da Terra), muito prático, bem explicadinho...

Bem mais prático, não precisa deixar de molho....
 No quintal da casa da avozinha não tinha pé de
Laranja Bicuda...(no Ceará,acho, não tem dessa  não...)
Não há problema, gosto de um bom Ritual, na cozinha... 


*******

Notas:
1- Sinonímia Popular:
Laranja da Terra; Laranja Brava; Laranja Amarga.
(Fonte: Embra-Farma)

2- No próximo sábado, irei  à Feira da Gentilândia, procurar a Laranja da Terra, para o Ritual! Farei uma compota, da  
laranja brava, para matar a vontade, relembrando a infância,   
na casa da avozinha.Saudades, do gostinho acridoce!!! 

*******
Estou indo.......mas eu volto..............Um abraço!!!







64 comentários:

  1. Belíssima postagem-recordação! Essas louças antigas, tenho algumas! Heranças de avós e de minha mãe... Agora o doce em compota de laranja... era deliciosíssimo! Saudades da infância e as tardes domingueiras na casa da avó! Abraço, Célia.

    ResponderExcluir
  2. Lucinhamiga

    Tu cada vez mais justificas o dito popular - "recordar é viver". Do jeito como contas as coisas, prendes-me irresistivelmente e levas-me a revisitar também os passos da minha infância.

    Não tenho antepassados com estórias tão lindas como as que tu tens; sou um pária assumido e dei cabo da árvore genealógica dos Alcântara de Melo, que vem desde 1588, quando o primeiro antepassado foi baptizado: Dom Ignácio de Melo.

    Tento ir contando, como sabes, tudo o que vivi (melhor, quase tudo) quando era criança - palavra de honra que fui...

    Mas, tu levas-me de vencida nesta temática.

    E, apesar dos diabretes dos diabetes, viva o doce de laranja e outros que tais!!!

    Abçs e qjs especialmente para tu

    ResponderExcluir
  3. Geralmente as minhas postagens são de recordação, Célia. Tenho feito algumas postagens, com objetos que foram de minhas avós e até bisavós. Gosto de preservar o teve significado afetivo...
    Obrigada, amiga.
    Um beijo

    ResponderExcluir
  4. Ferreiramigo,
    você sempre presente e com seu imenso
    carinho eleogioso. Recordar, é viver duas, ou mais vezes, aquilo de que se gostou. Coisa ruim, eu apago. Tenho lido muitas recordações suas, lá na Travessa. Mais da juventude, né? Todas excelentemente recordadas...

    Pena, pela diabetes, mas só um pouquinho faz é bem...é acridoce!

    Xeros pra Kel e tu, amigão!

    ResponderExcluir
  5. Lúcia!!! Cheguei a sentir o gosto do doce de laranja da terra...
    Suas recordações me levam às minhas também.
    Minha avó, também a chamávamos de "vòzinha" ( aí nesse nosso Nordeste é assim: vozinha, mainha, painho, tiinha - não é mesmo?! - rssss).
    Da minha "vòzinha" eu me recordo bem é do doce de mamão que ela fazia em lascas pequenas que ficavam ligeiramente crocantes em uma calda grossa de açúcar cristal (huummm!). Ela fazia com o mamão já quase maduro e o resultado era um doce amarelo-dourado.
    Laranja da terra, tivemos um pé na nossa casa, mas já aqui no Rio e, era um ritual fazer o doce. Papai também fazia um "ponche", como ele chamava a laranjada e como ainda não tínhamos geladeira, ele colocava numa leiteira de alumínio que tinha tampa hermética e colocava dentro do poço por pelo menos duas horas... Ficava geladinho.
    A compoteira... minha irmã ficou com a da minha avó e eu estou de olho nela (rsss).
    São lindas as compoteiras!
    Um xêro.

    ResponderExcluir
  6. Que maravilha , cheia de lembranças doces.Belas compoteiras! beijos,ótima semana,chica

    ResponderExcluir
  7. Oi, Lúcia...

    Que delícia ler sua recordação da avozinha Rosa...cheia dos rituais, com certeza um Amor de Pessoa e Carinhosa.
    Amei os detalhes de sua narrativa, pude sentir as recordações minhas, os cheiros, o sabor azedinho que me faz criar uma espécie de água perto dos ossos da mandíbula...rss [é que não sou muito amiga das frutas cítricas..rs, mas a geléia de laranja é divina, pois compota mesmo, acredito que nunca experimentei]
    Linda suas lembranças, a Avó, as Laranjas e o Depositária da Magia...

    Isso me lembrou que mesmo eu não tento o paladar propício aos cítricos, quando me mudei para minha casa de verdade, plantei junto com meu pai amado, um pé de limão, uma laranja azeda, uma laranja lima para agradar aos meus e ter Flores de Laranja no quintal...
    Boas recordações junto com você...
    Bjs,

    ResponderExcluir
  8. Huuumm... Fiquei com água na boca, com o doce da avozinha. Adoro doce de laranja amarga. Acho que é o melhor doce do mundo. Tenho sempre e, uso nas torradinhas. Faço uma torta enrolada, recheada com esse doce e, todos adoram.
    A compoteira é linda. Fez-me lembrar, as que havia na casa de meus avós maternos, sempre com doces.
    Quartos de marmelo, doce de ginja, doce de abóbora...
    Acho que já engordei 250 gr. só de lembrar.
    Foram tempos doces os nossos.
    Beijinho, mana do Brazil.
    Maria

    ResponderExcluir
  9. ô, Lúcia, assim não vale!... Deixou-me aqui a salivar.

    Lá na roça, lembro-me bem, a mãe fazia muitos doces de figo, pêssego, maçã e marmelo que eram as frutas que tinhamos no pomar. Algumas vezes fazia compotas, outras vezes geléias ou ainda tipo marmelada, que eram guardadas em caixas de madeira apropriadamente feitas para esse fim.

    Mas o doce de que mais me lembro e sinto saudades era o do "pau do doce", que bem mais tarde vim a saber que se chamava jaracatiá. É uma árvore, semelhante ao mamão, nativo das nossas matas. Tinha um pé de "pau do doce" a cerca de 2 km de onde morávamos, mata adentro, numa fazenda vizinha. Às vésperas da chegada do meu pai (que por vezes passava meses longe de casa, plantando ou colhendo numas terras que ele havia comprado distante cerca de uns 30 Km) a mãe nos encarregava, a mim e a meu mano mais novo, de buscar um galho da dita árvore. Depois era descascar e ralar. Ficava parecido com côco ralado.

    Lembro que o pai falava, para brincar com a mãe: "Botando açucar até serragem fica bom".

    Literalmente, doces lembranças.

    Abraço, amiga.

    ResponderExcluir
  10. Estela, querida, ando provocando tanta gente, isso é muito bom! É mesmo assim que chamamos aqui no nordeste, ou se chamava...Agora ouço mais é" mãiê", "paiê", "tia" (até a professoras, virou tia) e "vó"....tudo culpa da mídia...poucos ainda falam à antiga...imita-se, Rio e São Paulo, nos seus modismos da TV...
    Mas, pra nós o passado ficou na memória, nos hábitos, nos costumes, na fala, nos gestos...
    Adorei saber do "ponche" na cacimba...nós aqui em casa só viemos ter geladeira no início de 60.
    Água,no pote e quartinha...Ah! tão lindos, de barro vermelho, pintadinhos de branco!!!
    Seu comentário, "casou-se" com a postagem...

    Obrigada, Estela!
    Um xêro

    ResponderExcluir
  11. É tão doce e reconfortante deixarmo-nos embalar por doces lembranças dum passado às vezes tão distante!
    Gostei muito do seu blog! Vou voltar.
    Um beijo

    ResponderExcluir
  12. Maravilha também é o seu comentário, doce
    chica! Obrigada, pelo carinho, amiga...
    Boa semana, mil beijinhos,
    da Lúcia

    ResponderExcluir
  13. Oi, Sandra
    A avozinha era pequena e muito doce, sempre pronta a agradar os netos.Esta passagem que narrei, que sempre se repetia, me traz ternas saudades de sua suave figura. Os aromas, os sabores e a beleza das coisas, principalmente das flores ficam para sempre na memória.
    Obrigada, pelo lindo comentário.
    Um beijo...

    ResponderExcluir
  14. Lúcia querida,

    Assim não dá, estou em uma dieta, mas que me deu vontade deste doce de laranja.
    Só queria ressaltar que adorei essa sua pesquisa.
    Tudo que nos remete ao passado é delicioso e vale muito.
    Obrigada por sempre estar me visitando. Estou aos pouco retornando.
    Um beijo carinhoso, com uma ótima semana.

    ResponderExcluir
  15. Pelo seu "Huuumm..." senti que gostou mesmo de
    saborear essa doce recordação. Deu-me uma boa ideia, mana lusa querida, para usar o doce de laranja na próxima torta...Huuumm! deve ficar mesmo uma delícia.
    Doce de ginja, Maria? No Brasil não tem ginja.
    As que eu comi foi no Ricio...o gajo perguntou-me: "-Com elas, ou sem elas?"...Claro que respondi assim: -"Com elas!". Bebi e comi as ginjas...Trouxe duas garrafas, com elas, na bebida.
    Adorei seu comentário, minha irmã de Portugal.

    Muitos Xêros,

    ResponderExcluir
  16. Pôxa,Clóvis, nem acredito...até um gaúcho, inda mais da roça, ando a provocar salivação, por conta da minha deliciosa recordação???
    Isso é mais do que gratificante(para usar uma palavra meio démodé)!!!

    Amigo, por favor, de encomnenda: Faça já uma postagem contando sobre o "pau do doce"...O título poderá ser esse, ou, melhora ainda, este:
    "BOTANDO AÇUCAR ATÉ SERRAGEM FICA BOM"...ou ainda: "As frases do meu Pai"...algo em torno do roçado...
    E por falar em "coco ralado", tenho uma receita (salgada), com coco ralado e repolho ralado (mais temperos e ovos) chamado "Falso Siri".
    É uma torta de forno...a dente jura a "base" é siri desfiado...HUUMMM!!!
    Uma coisa puxa outra, e a gente vai "engordando"
    o pensamento....pecado capital!

    Valeu, meu amigo, essa troca gastronômica.

    Um Xêro!

    ResponderExcluir
  17. Clóvis, onde se lê..."a dente jura", leia-se "a gente jura que a base..."...Mas, de qualquer maneira, o repolho é aferventado e fica"ao dente", tá?
    Inté

    ResponderExcluir
  18. Ana, muito obrigada, por sua vista
    e seu carinhos comentário. Volte
    sempre, a Cadeirinha é bem confortável.
    Beijinho

    ResponderExcluir
  19. Querida Lucimar
    Um pouco de doce, vez em quando, não engorda,
    basta comer com "moderação"...esta é a palavra
    de ordem (atualmente)...
    Obrigada, pelo carinho.
    Um beijo!

    ResponderExcluir
  20. PROFESSORA LÚCIA,UMA HONRA TÊ-LA EM CAMPOS MEUS DE GIRASSOIS ,O VIVER É PURA MAGIA, SEMPRE TEMATIZANDO A VIDA O VIVER ABOUT,A SOIIDARIEDADE E A ARTE DA AMIZADE SEMEAR!

    VIVA LA VIDA!

    REGINA E RICARDO

    ResponderExcluir
  21. Que linda compoteira que lindas recordações.
    Aqui, a laranja amarga quase não se utiliza.
    Mas doce de laranja normal...hummm... é muito
    fácil, aromático e ótimo!
    Um dia vou fazer e postar no meu blog de culinária.
    Bji

    ResponderExcluir
  22. Lucinha querida
    Você bebeu aguardente de ginja. Dantes fazia para toda a família. Agora, é meu filho mais novo que faz, seguindo a minha receita que, herdei da minha sogra. Fica mesmo boa.
    O doce, é um pouco trabalhoso. Tem que descaroçar a frutinha. Depois é fazer como os outros. água, açúcar, pau de canela. Fica espesso, com as ginjas sem caroço. Também há quem faça com cereja mas, não é tão bom.
    Beijinho
    Maria

    ResponderExcluir
  23. eu adoro doces em calda, compotas cheias desses belos "ormamentos". quando casei tinha uma mesa cheia deles na festa, todo mundo adorou!

    ResponderExcluir
  24. Ainda bem que recorda tudo isso, ao fim e ao cabo acaba por ser uma fonte documental.
    Interessou-me bastante todo o ritual que sua avó cumpria para fazer a compota. Ela era aliada do tempo, agora ninguém sabe o que isso é.

    Beijo :)

    ResponderExcluir
  25. Ricardo e Regina, vosso VIVER É PURA MAGIA condiz plenamente com o título...saí de lá encnatada!

    A honra,em tê-los aqui, é recíproca...

    VIVA LA VIDA!

    ResponderExcluir
  26. Êta lá meu Deus! Já estou a salivar e me lembrar das compoteiras carregadas de doces que inundaram minha infância. Naquela época o único doce que não me agradava era o de cajá verde(continuo não apreciando), os demais invadiram minha história e não largaram mais. A "véia" aqui, ainda usa fazer essas coisas. Herdei as compoteira de minha avó Guidinha... Temos um sítio que nos proporciona o prazer da colheita de algumas dessas matérias primas maravilhosas, mas a laranja da terra vem mesmo lá da casa de um sobrinho do marido.
    Ontem mesmo estávamos planejando o Natal em família e sabe o que me pediram? Compotas. Começo a prepará-las logo, com as mais variadas frutas (aqui consigo encontrar figos, pêssegos já prontinhos para o preparo). Sou apaixonada por compota de carambola estrelada e caju, já tradicionais em nossos Natais.
    Como resistir a um manjar com compota de goiaba?
    Isso é papo de maluco. Já ando preparando receitas de compotas diet para o meu pai.
    Essa sua cadeirinha está ficando perigosa, favorecendo alimentar o doce pecado da gula,kkkkkk
    Bjks mil
    Renata

    ResponderExcluir
  27. Manuela, a compoteira é linda, tem mais de 100 aninhos e fiquei com muito receio de quebrar...voltou logo pro nicho rsrsrs
    Já estou seguindo o seu blog culinário, quero ver a postagem...
    Obrigada, por ter vindo.
    Beijinhos

    ResponderExcluir
  28. Lúcia, por enquanto vou deixar anotada a sua "encomenda". Espero estar com a minha mãe no final do ano, aí ela me passará a receita. De culinária sou bom mesmo (dizem) de churrasco e de arroz de carreteiro. Outras receitas eu só apronto para lá das 2 horas, quando a fome é tanta que os convivas acham deliciosas.

    Mande-me logo essa receita de siri-repolho, pois repolhos aqui se planta, mas siri... Aqui tem bastante cupins, daqueles que fazem suas casas e estragam os campos. Se tiveres uma receita para eles com certeza será de grande utilidade para o engrandecimento culinário da região e para a economia rural.

    Outro abraço.

    ResponderExcluir
  29. Maria, a aguardente de ginja, é uma delícia...
    No Ceará se põe o cajú, na cachaça. Também é bom.
    Pendura-se a garrafa o "maturi) dentro (no cajueiro). Vai crescendo e quando amadurece, corta-se o talo...Acho que ainda se faz assim...

    Aqui também não tem cerejas, só no Sul. Cajú, temos muito. Igual ao Ceará, muito cajú só em Goa. O Ferreiramaigo sabe bem disso!

    Beijinhos, mana!

    ResponderExcluir
  30. May, imagino, a beleza de seu casamento,
    com todos esses ornamentos.
    Obrigada, pela visita.
    Beijinhos

    ResponderExcluir
  31. É, AC, ninguém mais se alia ao tempo para grandes
    e familiares rituais. Cadê tudo? Ainda bem que guardo e compartilho, com quem se interessa,como você.
    Um beijo!

    ResponderExcluir
  32. Guidinha, eu sabia que você vinha. Mesmo curtindo a saudade amigo Ivan. Lamentei, o ocorrido.
    Bem amiga, essas compotas nas compoteiras são são mesmo de salivar.
    Minha mãe também era expert em compotas de goiaba, de cajú....fazia como ninguém o doce de banana em rodelinhas, com cravo e canela, mais vermelhinho que já vi.
    Adorei saber que voce herdou as compoteiras da vó Guidinha.
    Mas este papo, tá pra lá de maluco, além de pecador..paremos por aqui///....rsrsrs

    Beijinhos
    Inté

    ResponderExcluir
  33. Ainda bem, Clóvis, que não está tão longe de sair a ENCOMENDA. Fica agendado: promessa é dívida, dizem os antigos.Parece, que nós somos, amigo.

    Para os cupins, aqui no Ceará,'''''''''' costuma-se pintar com a Cal ( aquela tinta branca pra parede-aqui dão o nome de "cal") todo o tronco das árvores, até a altura de uns 2 metros. Meu cunhado pinta o janbeiro dele que veio do Amazonas, de onde ele é. Diz que os cupins debandaram...

    Agora, a TORTA DE FALSO SIRI:
    - 1 repolho médio, 1 coco, 3 ovos, farinha de trigo, 1 tomate, 1 pimentão, 1 molho de cheiro verde, sal.

    Fazendo: Pique o repolho bem fininho, rale o coco bem fininho, pique o tomate e o pimentão bem miudinho, e o cheiro verde bem fininho.
    Misture tudo e ponha um pouco de sal.
    À parte, bata as claras em neve, junte as gema, misture à 1ª mistura (seca). Deite 3 ou quatro colheres de farinha de trigo, misturando bem.

    Unte um refratário com margarina, ponha a mistura e leve ao forno até dourar. ´

    Garanto que tem o sabor de sirí(para quem conhece)...Qualquer dúvida grite; SOCORRO!
    Bom proveito!
    P.S. Gostei de saber de seus dotes culinários.

    Beijos

    ResponderExcluir
  34. Querida Lúcia,
    Estava escondidinha no interior do Ceará mas já estou de volta e feliz em ler este seu magnifico relato sobre avós, doces e compoteira.
    Fiquei maravilhada!!!!!
    Continuo fazendo o docê de laranja que passa de geração em geração porém aprendi um truque para tirar o amargo da laranja, é só ferver umas poucas vezes, no máximo três com bicarbonato.
    Beijos,
    Dalinha

    ResponderExcluir
  35. Que prazer em visitar um blog tão simpatico e "gostoso" de navegar... Esse resgate de histórias do passado tem muito a ver comigo tb.
    Tenho minha avozinha querida que na sua abençoada lucidez aos 103 anos está sempre me alimentando com suas histórias de um passado tão vivo para mim!
    Coincidentemente, tenho tb uma compoteira antiguinha, que ela me deu, e que me traz à lembrança a minha infância e o delicioso doce de banana feito por ela.
    Vou clocar no meu blog, posso?
    bjs

    ResponderExcluir
  36. Sabia, que você estava aqui, Dalinha, li no seu Cantinho. Matou saudades, com certeza!
    Obrigada, amiga, por ter vindo e pelo precioso truque...
    Beijos,
    da Lúcia

    ResponderExcluir
  37. Linda, que prazer, tê-la aqui, a me dizer gentis palavras, próprias de uma Sinhá Linda!
    Que felicidade ter uma avozinha com essa idade, lúcida e contando-lhe histórias. Abençoada seja e viva mais e mais...
    Claro, que pode colocar o que quiser daqui, no seu blog.Fique à vontade, menina!
    Volte sempre,
    Beijinhos

    ResponderExcluir
  38. Os cupins, estes de que falo, não dão nas árvores, mas na terra. Os campos são cheios deles por aqui.

    Vou fazer a receita no próximo final de semana. Depois te conto.

    Abraço.

    ResponderExcluir
  39. Uma DELÍCIA DE POST e um blog maravilhoso.
    Te agradeço tua visita e palavras.
    Voltarei...
    BShell

    ResponderExcluir
  40. Cupins na terra, nunca vi, Clóvis...acho que "no Ceará não tem disso não" (relembrando a canção de Luiz Gonzaga) rsrs, mas se u descobrir com eliminar essa praga, mando a recita...

    NOTA: não diga os ingredientes...anuncie como Torta de Sirí...(depois vc conta a verdade)..aí é que está a graça!
    Um abraço.

    ResponderExcluir
  41. Obrigada, Blue Shell, você já esteve aqui,
    há dois post's....foi quando fui conhecer
    seu blog...
    Volte...
    Um beijo!

    ResponderExcluir
  42. Lúcia, que belíssima compoteira. Sorte da sua irmã q a herdou. Quanto ao doce, minha bisavó fazia essas compotas, do jeito q vc escreveu. São fantásticas. As pessoas antigas tinham muita paciência para fazer essas coisas demoradas. Tb me recordei do doce de cidra (q eu amava) feito por ela. Ótimas lembranças. Muita paz!

    ResponderExcluir
  43. Denise, dividimos bem a herança, que se resumiu nesses objetos e boa formação doméstica, quanto à moral e os "bons costumes"...para nós grande fortuna. Essas queridas e gostosas recordações é
    que dão conforto à alma.
    Obrigada!
    Muita paz!

    ResponderExcluir
  44. Ao ver os teus posts não posso deixar de lamentar o que todos nós prevemos; com a maneira como se vive na nossa sociedade onde não há convivência com os idosos, não veremos os nossos jovens um dia a contarem as suas experiências com os avós, o que é uma pena. Hoje os avozinhos ( assim eram tratados por mim) são considerados um estorvo e dificilmente moram com os filhos; vivem sós ou são esquecidos em asilos; é terrivel para eles, mas muito mau também para as nossas crianças que não vão crescer com esses ensinamentoe que só um avô ou avó pode transmitir. Fico muito feliz quando vejo alguém partilhar toda a experiência e riqueza de conhecimentos que adquiriu com a convivência com os mais velhos. Parabéns, Lúcia e obrigada pela partilha que fazes das tuas recordações. Um beijinho
    Emília

    ResponderExcluir
  45. Nossa...senti ate o gostinho do doce de laranja da terra da minha vozinha..que saudades!!!
    Esse seu espaço é um encanto..simplesmente adorei!!
    beijos carinhosos querida.

    ResponderExcluir
  46. Talvez por esse "andar da carruagem", a que estamos a assistir na nossa sociedade, é que eu e uns poucos mais procuramos divulgar... mantendo acesa essa chama da memória relacionada aos laços familiares, com ênfase nos afetos entre as gerações de hoje e as de ontem...

    Obrigada, Emília. É um grande prazer,tê-la aqui.
    Um carinhos beijo,
    da Lúcia

    ResponderExcluir
  47. Que bom, Lia, que você também teve uma infância
    doce, com uma vozinha doceira como a minha, que nos traz tantas saudades!!!

    Obrigada, pelo carinho
    Beijos, minha querida!

    ResponderExcluir
  48. Gostei do post eivado de ternas lembranças.
    Mas me perdoe a ignorância. O que é a Laranja da Terra? Suponho que seja uma casta de laranjas mas tem algo de especial?
    Em Portugal nunca ouvi falar de Laranja Terra.
    Um abraço

    ResponderExcluir
  49. Olá, elvira (sem maiúscula inicial?)

    Só sei lhe dizer que já a conheci com esse belo
    nome. Sei também que a laranja é originária da Ásia. Como os portugueses andaram pela Índia, provavelmente trouxeram, para cá, as primeiras mudas dessa laranja tão intensamente amarga, por isso também chamada de Laranja Brava. Ela é tão especial que precisa de um RITUAL, de 7 dias, para tirar o seu AMARGOR...Mas, no fim das contas, a compota das cascas fica deliciosa. A polpa, no entanto, é mais azeda que limão...

    Obrigada,pela visita
    Um abraço

    ResponderExcluir
  50. Não aprecio muito compotas, mas gosto imenso de doce de laranja amarga, rrss

    Beijinhos.

    ResponderExcluir
  51. Olá Lúcia, obrigada pela visita, assim foi-me possivél chegar até aqui e gostei. A compoteira é linda tenho uma parecida que também guardo como reliquia, acompota de laranja da terra não conhecia! vou guardar o videio quem sabe ainda tento fazer o doce...
    Beijinhos

    ResponderExcluir
  52. Querida Lúcia

    Este seu post é de uma gostosura só, faz água na boca, tanto quando fala dessas compoteiras que nos trazem doces recordações, como também dessa variedade de laranjas que apresenta a partir da história do Pé de Laranja da Terra da sua avó. A forma como liga isto tudo é fantástica, envolvente.

    Obrigada por estes momentos.

    Beijinhos.

    Olinda

    ResponderExcluir
  53. Então, São, você agora vai apreciar, ao menos uma compota: a de Laranja da Terra!

    Obrigada,
    Beijinhos!

    ResponderExcluir
  54. Seu blog é muito bom, Lilá(s).
    Eu não fiquei com a compoteira mas quando
    vou à casa da mana, namoro ela um bocado,
    fica em ponto estratégico, na sala de refeições.
    Bem precavida, você, guardando o vídeo. Faça com
    qualquer laranja de casca grossa.

    Beijinhos

    ResponderExcluir
  55. Olinda, querida suas palavras me enternecem e,
    a um só tempo, me envaidecem (será pecado? rs...

    Quando penso num tema real, fato acontecido que gostei, começo com as ideias mirabolantes para "enfeitar" a cena...é como uma criação teatral, ou de cinema...há que se compor com o Belo, para harmonizar e agradar...Acho que é isso. Apenas!

    Eu fico grata, com tanto carinho, lusamiga!
    Beijinhos

    ResponderExcluir
  56. Lúcia

    As tuas recordações arrastam as minhas recordações.
    Revejo peças do meu passado, como a tua linda compoteira, e "saboreio" o perfume das compotas, que já não há mais.
    A Vida é real (ou foi?) pelo que passear a mente no passado é a delícia da Alma.


    Beijos


    SOL

    ResponderExcluir
  57. Percebi amiga. Cá chamamos laranja amarga. Quanto ao nome, ficou assim registado pela pessoa que me fez o blogue há 4 anos porque eu nunca tinha mexido num pc e não percebia nada disto( ainda hoje percebo pouco) E não sei como mudar.
    Um abraço

    ResponderExcluir
  58. São tantas as doces lembranças que estão em
    permanência em nosso pensamento, e chegam de forma tão nítida...É como se essas lembranças tomassem "corpo", só para encantar a Alma...
    Obrigada, amigo, por ter vindo.

    Beijos, SOL,
    da LU(ci)A rsrs

    ResponderExcluir
  59. É isso mesmo, Elvira, laranja amarga. Mesmo agora, amiga, após ano e meio "mexendo num pc" ainda não tenho muita habilidade. Nesse seu caso, não há necessidade de mudar. Mas, nessa questão de corrigir algum engano, até que eu já sei. Vou "tateando" até acertar...rsrs!
    Volte sempre!
    Beijinhos!

    ResponderExcluir
  60. Querida, que linda recordação! Fez-me relembrar este mesmo doce sempre presente na minha casa, além de outros mais, feitos pelas mãos experientes de minha mãe.Tenho duas compoteiras também herdadas da minha mãe e que uso para decoração com medo de quebrá-las.É... a vida moderna nos absorveu, mas as lembranças estão aí para enfeitar nossa alma.Bom fim de semana e felicidades sempre.Bjs Eloah

    ResponderExcluir
  61. Hoje "peguei" um pouco do teu Brasil e levei comigo para o meu blog ...

    Bj

    ResponderExcluir
  62. Eloah,
    Lê,'
    Blue Shel,
    muito grata, pelos comentários...
    Um abraço,
    da Lúcia

    ResponderExcluir