quinta-feira, 31 de outubro de 2013

BREJO SANTO

Do CEARÁ : cidades de A a V (XXXI)...
Açude NASCENÇA - Brejo Santo- Ceará- Nordeste do Brasil.


A origem de BREJO SANTO, está ligada às minas d'água no sopé do SERROTE, especialmente ao grande reservatório que tem o nome de NASCENÇA. Segundo a tradição oral  e escrita, foi nessas imediações que surgiram os primeiros habitantes desta gleba: os índios cariris. Do outro lado do serrote existe um cemitério indígena onde são encontrados objetos arqueológicos.
Com a chegada do homem branco, na aquisição das sesmarias 
e a vinda de gado, ali ao lado do grande açude foi construída a primeira casa de taipa com alpendre para abrigá-lo. A primeira entrada, a dos boiadeiros, pousaram no terreiro da casa da Nascença, e aquele era um local de descanso para os viajantes que vinham da Bahia e de Pernambuco para o Vale do Cariri. Ali eles se reabasteciam de gêneros alimentícios para prosseguir a viagem.
As terras da fazenda ou sítio Nascença e da vizinho Brejo, deram origem à cidade atual.Foram elas que acolheram os primeiros povoadores do hoje Brejo Santo. O topônimo "Brejo da Barbosa" encontrado nas primeiras escrituras das terras locais, é uma alusão ao nome da primeira proprietária do sítio Brejo, Dona Maria Barbosa. As terras situadas próximas à grande nascente, pertenciam aos irmãos Santos, motivo pelo qual estas terras depois de Brejo da Barbosa teve como segunda denominação Brejo dos Santos, até 1938 quando passou a se chamar oficialmente Brejo Santo.
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Ponto turístico de Brejo Santo, a Pedra do Urubu localiza-se no
Alto da Bela Vista, antigo Serrote, neste município do Cariri Oriental.
PEDRA DO URUBÚ - BREJO SANTO
"CURIOSIDADES"..., sobre a Pedra do Urubu....

BREJO SANTO, está localizado na Mesorregião Sul do Ceará,
distante 510 quilômetros da capital cearense: FORTALEZA.

Panorâmica de Brejo Santo
Panorâmica da cidade, vista do complexo da Pedra do Urubú.
Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus  de Brejo Santo
Altar mor da Igreja Matriz  de Brejo Santo," em dia de missa"...
Sino da Igreja Matriz de Brejo Santo
Cruzeiro do SERROTE :complexo turístico da Pedra do Urubu.
 PEDRA DO  URUBU...
...VISTA SOB...
...VÁRIOS ÂNGULOS ...
...E FORMAS...(Face de Cristo", "sapo"," tartaruga"..)
Açude ATALHO, em Brejo Santo, e seu belo SANGRADOURO...
Barragem do AÇUDE ATALHO - Brejo Santo
Belíssima imagem, do Açude Atalho.
Crepúsculo...no ATALHO...LINDO!!!
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(Imagem do google).
FEIJÃO-DE-CORDA...
Em Brejo Santo, no Sul do Ceará, fica a lavoura do agricultor Pedro Pereira que investiu em irrigação, nos tempos de
de seca prolongada, em plantação de FEIJÃO-DE-CORDA. Ele, e mais 15 agricultores são assistidos por um projeto da Ematerce(Empresa de Assistência Técnica de Extensão Rural do Ceará).Plantaram 690 hectares, que representam uma grande área da extensão do município e traz importante oferta de emprego na produção de feijão de corda que é escoada para Juazeiro do Norte, Fortaleza e Pernambuco...
Plantação de feijão-de corda(imagem do google).
(Imagem do google)
Debulhando  feijão de corda verde...
Feijão-de-corda maduro...
Feijão-de-corda seco .
A manteiga de garrafa ou manteiga da terra, muito usada no sertão.
Queijo coalho, apreciadíssimo nas iguarias, assado na brasa, ao natural...
Coentro: não pode faltar no baião-de-dois ...(aroma e sabor!...)
Pimenta-de-cheiro: dá aroma e atiça o paladar...seja vermelha ou..
verde...amarela...hummmmm!!!! Delícia picante!
Um BAIÃO-DE-DOIS caprichado, à moda do Ceará...
NOTA: Uma receita tradicional (original) de "baião-de-dois" cearense(como a que minha avó fazia), é feita com feijão-de-corda (seco) e arroz branco cozido no feijão(depois de o feijão estar pré-cozido e temperado com cebola e alho, na manteiga-de-garrafa). A consistência deve se assemelhar a um risoto ("ligado").Quando o arroz e feijão estão cozidos, acrescenta-se uma porção de queijo coalho em cubos e um punhado de coentro desfolhado. De preferência, o baião-de-dois deve ser "acompanhado"de uma paçoca de carne seca  e banana prata em rodelas. 
É sabido que nos últimos tempos "inovaram" a receita de baião de dois, tornando-a "baião de 3, de 4, de 5..."e, até,"internacionalizada"...como na recita do Rafa, que aí está...
O costume nordestino de cozinhar arroz no feijão de corda, inspirou o cearense Humberto Teixeira e o pernambucano Luiz Gonzaga a comporem "BAIÃO-DE-DOIS" (1950), batizando assim uma das receita gastronômica mais apreciadas neste rincão, por todo o Brasil e, quiçá, pelo mundo...
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SENSIBILIDADE DE UM POETA BREJO-SANTENSE:
Hérlon Fernandes Gomes, do Arqueologia da Alma (blog) postou, no dia 14.10.13, um belíssimo poema dedicado à sua terra natal. Ei-lo!

BREJO SANTO

É aqui onde me ajoelho e beijo a terra,

Corpo da enigmática metafísica da semente

É nesta onde sepulto silenciosamente meus dramas

Porque ela me conhece as linhas do coração

Como o sabe o quilate dos seixos enveredados de onde persigo.

É aqui onde me dispo, porque aqui aprendi a ser nu,

Natural como os marmeleiros que perfumam as cercas,

Livre como a luz, inconsequente ao invadir a escuridão.

É aqui onde não me perco, porque todos os ventos me são cúmplices,

O tempo me entrega os ponteiros e eu escolho as eras:

Visito praças em que ainda sou menino,

Enceno em palcos que me quis artista

Brindo em copos com que só fui festa.

É aqui a estação onde mais me dói partir

Porque minha mãe me acena distante do trem

Enquanto me abençoa os sonhos e me prediz o melhor futuro.

É aqui onde me reconheço e por isso retorno

Quando a essência de mim sugere se esquecer.

Então eu volto em busca dos originais contornos

Ao som das zabumbas, com gosto de peroba,

Esquecido de angústias, animado de encantos

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É aqui onde me ajoelho e beijo a terra,

Porque esse chão me sabe ser firme e santo.
(Por Hérlon Fernandes Gomes).
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Fontes: Wikipédia; IBGE, Jornal Dário do Nordeste; artigo de Felipe Sampaio;blog Arqueologia da Alma; google .Fotos: Igor Lucena; Panoramio; google.


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NOTA: A todos que aqui estiveram em minha ausência, deixando seu comentário, ou não, quero expressar os meus mais sinceros agradecimentos. Como de "costume", sempre retornarei às quintas-feiras. Um abraço!