terça-feira, 27 de dezembro de 2011

MOMENTOS IMPORTANTES...

Presente, o "CORAÇÃO DE JESUS " !  (Momento I)
(foto: Lúcia Paiva)
São  tantos, os NOTÁVEIS que venho selecionando no decorrer de minha vida! Citá-los aqui, tornar-se-ia cansativo, tão longa é a minha listagem de homens e mulheres que representam, de fato, o ser humano e que se tornaram ícones por todo o Planeta Terra.
Qualquer um que eu escolhesse, para a postagem de hoje, estaria bem representado, nos itens bondade, doação, humildade, amor...
Entanto, sobre o homem que escolhi, tenho uma história pessoal a narrar....Mais: dos personagens da minha listagem, ele é o mais antigo que permanece VIVO, no imaginário popular.Sem ele, não teríamos o ANIVERSÁRIO mais festejado no mundo...

Na minha cidade, Fortaleza, quando menina, observava que a grande maioria das casas, por serem habitadas por famílias católicas, ostentavam, na salas de visitas,  imagem do  
"Coração de Jesús".  Na minha casa, além dessa imagem, o calendário anual, a tradicional "folhinha", também tinha estampada uma imagem semelhante. Meu pai não admitia o "não destacar", dia a dia, do pequeno retângulo de papel onde vinham impressos, além do "santo do dia", outras informações religiosas.


Eu sempre ficava intrigada com a imagem do "Coração de Jesús" enquadrada na parede da sala, por uma única razão: eu olhava para ela, estivesse onde estivesse, à sua frente, à sua direita ou à sua esquerda, mas Ele sempre me acompanhava com o Seu doce olhar.  Devido à essa "impressão" que eu tinha, associava sempre, esse desvio de olhar, d'Ele, ao que minha mãe dizia: "Deus tudo vê, estejas onde estiveres". Como a gente "aprendeu" que Jesus é Deus, eu estava sempre a me comportar bem "direitinho", como "boa menina"...


Depois de muitos anos passados, sessenta e qualquer coisa, não sei que fim levou a imagem do nosso "Coração de Jesús"  da sala de visitas: "sumiu, ninguém sabe, ninguém viu"... como se dizia, popularmente...


Mas aquele quadro, ou melhor, o "sósia" dele, viria às minhas mãos, mais dia, menos dia, mesmo depois de várias décadas...


Pois bem: em 1984 ( eu me casara em 1980), fiz uma primeira viagem à India, mais precisamente à Goa (possessão portuguesa, 1510-1961), para conhecer minha sogra e demais familiares de meu marido que lá ele deixara, quando emigrou para Angola, onde viveu sete anos, e depois para o Brasil, em 1977. Depois das apresentações à família dele, a primeira observação que fiz da casa , ao olhar as paredes de sala,  foi "cruzar", o meu olhar, com "Aquele" mesmo olhar: sereno, doce, inebriante... Não pude me furtar à exclamação:

- "É Ele!". 


A imagem era a mesma. Havia apenas uma diferença: esta que eu via, então, era toda ornamentada com nuvens, brilhos e flores, por sobre a gravura, idêntica àquela, que tínhamos lá em casa...A nossa era simples, só a tradicional imagem, sem enfeites aderentes.
Foi então que minha sogra revelou que fora ela que fizera aquelas flores e ornamentara a imagem, usando ainda tecido de veludo vermelho, algodão e purpurina para complementar o arranjo que envolve todo o busto de Jesús.  Minha sogra, soube depois, pintava, bordava , fazia croché, tocava piano.... Era uma artista, portanto!


Dias depois,quando eu  já estava bem ambientada na família, minha sogra, Dona Zolmira  Flaviana Helena Pertonila Fernandes Rodrigues, a quem passei a chamar de "mãe" (costume goês), chamou-me e ofertou, ao seu filho e a mim, a imagem do "Coração de Jesús" que, desde seu casamento, mantivera sempre na parede da sala de visitas de sua casa. Como a imagem da minha casa, aquela esteve sempre presente na infância e adolescência do filho caçula de Dona Zolmira, que um dia se casaria com a filha caçula de Dona Mazé: uma mesma imagem, no ex Brasil Português e na ex Goa Portuguesa. Tão distantes e tão próximos, na religião e em muitos outros costumes. Que nome, daríamos a esse encontro? FELICIDADE, talvez!


Assim, o doce olhar da imagem de Jesus, semelhante ao de minha infância e adolescência, voltou a me acompanhar...desde 1984...Está aqui, na parede da sala de visitas, até quando, eu não sei...

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A todos aqueles que tomaram acento nesta Cadeirinha, meus votos de  um 2012 pleno de HARMONIA, segundo a segundo...


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Estou me retirando, serenamente, mas volto....Um abraço!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

DOIS MILÊNIOS... &...11 ANOS ! ! !

MAIS UM NATAL !!!


Amigos, irmãos, camaradas... há pouco, postei esse mesmo vídeo, no "facebook"... Achei tão belo!  É com este mesmo sentimento, da letra da canção do compositor e cantor Peninha (que é filho de cearenses- nasceu em São Paulo), que  desejo a todos vocês  um lindo Natal de Luz,  fazendo as palavras de "ABRE o CORAÇÃO", palavras minhas...



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Antes de se findar, 2011, eu volto...............Um afetuoso abraço!




terça-feira, 13 de dezembro de 2011

MUDANÇAS ...

...NÃO HAVIA  "NOTADO":
mudou tanto, no meu quarto, a paisagem da janela... 
(Imagem do google)

Quando vim morar no "SOLAR DO BENFICA", na antiga Rua da Cachorra Magra, hoje Rua Mareachal Deodoro, em Fortaleza, avistava, da minha janela, duas enormes caixas-d'água, construídas na década de 1920, na antiga Praça da Bandeira, hoje Praça Clóvis Beviláqua, no centro da cidade... 
Quando menina, era essa a Praça da Bandeira que eu conhecía... Hoje,
tem outro nome, Clóvis Beviláqua, e encontra-se bastante deteriorada...
(Foto: Arquivo Nirez) 
Vizinho ao prédio onde moro, no quarteirão em direção à cidade, ainda existem casas bem baixas que deixam ver, por sobre os seus telhados, várias edificações do centro. Ainda avisto, da janela do meu quarto, duas torres de igrejas: a torre da Igreja São Benedito e a torre da Igreja Santa Rosa de Viterbo.


Nesta igreja,de São Benedito, ia com  minhas irmãs e meu
pai, pelos anos 1940 e 50, para a "Adoração ao Santíssimo".
(Foto: Panoramio)
Igreja Santa Rosa de Viterbo, anexa ao um convento da ordem das irmãs 
franciscanas.  (Foto: Panorâmio)
A visão que eu tinha, quando vim para cá, já sofreu grandes alterações, devido à edificação de vários imóveis de muitos andares.  Das duas caixas-d'água avisto, atualmente, apenas, a parte mais alta de uma delas. Com relação às duas igrejas, a visão, a partir da minha janela, também foi bastante alterada: vejo, das duas igrejas, apenas a parte mais alta das torres... 
No entanto, consigo ouvir o sino da Igreja de São Benedito, quando toca a Ave Maria, ao cair da tarde, além da batida das horas... Ou seria da Igreja Santa Rosa de Viterbo? Não sei, sinceramente, são tão próximas, vou pesquisar...rsrs


A cidade vai se modificando, sem que a gente se dê conta. Hoje, parei, olhei...e vi que muito mudou do que eu via da minha janela, há alguns poucos anos. Ainda bem que tenho a visão dos quintais de muitas casas vizinhas, todos bastante arborizados, com árvores frutíferas, floridos, atraindo pássaros que cantam ao amanhecer...Que permaneça assim, por muitos e muitos anos, mesmo depois que eu me mudar do  "Solar do Benfica"...


Diante dessa "tomada de consciência", nas mudanças que percebo na paisagem da janela de meu quarto de dormir, pensei em registrar, em versos, os sentimentos que em mim brotam...agora:

QUADROS*

O céu recama-se de nuvens
                                brancas
                                  cinzas
                                    raras
A variação é perene e bela
São tantos os quadros expostos
Nas claras paredes da sala. 
Todos ali estáticos na estética
Todos emoldurados em "ouro-velho"
Todos envelhecidos pelo tempo 

Este que adorna o quarto de dormir
Em que o céu recama-se de nuvens
                                            brancas
                                              cinzas
                                                raras
Tem as cores renovadas dia a dia
Tem o aroma das  flores que renascem
Nele a paisagem é movimento
Nele a moldura é de marfim
Nele a chuva cai como neblina
                                        calma
                                          forte
                                  torrencial

Semelhante à aurora a contemplar
Do lado oposto da casa.
No Quadro Vivo do Quarto
Há o arrebol do fim da tarde
São tantas as nuances
À noite surgem estrelas
Quase sempre... há Luar...
*("poesia bissexta", de Lúcia Paiva)

                                         ...para compor a ideia....reflexiva...

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Vou, mas volto.........................................Um forte abraço!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

UM SINISTRO, FEZ--ME RECORDAR....

...MINHA 1ª PROFISSÃO :
"fazedora" de tranças, ... de rede de dormir!


Em 1952, nossa casa da Rua Saldanha Marinho, no então bairro José Bonifácio, em Fortaleza, ficou pronta. Foi a 1ª casa que o papai mandara construir. Hoje, minha irmã Zélia Maria, mora nela, com o marido, filhas e netas. Mas, a original já foi modificada, foi feito um sótão, por toda a  extensão da antiga casa. 
Depois de pouco tempo, nosso bairro passou a chamar-se, Bairro de Fátima, devido à inauguração da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, na década de 1960, não tão próximo à nossa casa..."coisas" da prefeitura municipal.
Na mesma rua e em outras ruas transversais à Saldanha, como a Rua Assunção, haviam muitas fábricas artesanais de "rede de dormir". 
Tear, para fabricar tecidos de rede. (Foto: google)
Tínhamos uma vizinha, a Dona Margarida, que todos os dias passava com duas ou três de suas filhas, com uma porção de redes, inacabadas, sobre os ombros.Logo, de tanto eu observar aquele vai e vem de redes, interessei-me em saber porque as redes eram levadas e trazidas, todos os dias,  sem nenhuma alteração, aparentemente.
Curiosa, perguntei às meninas o que ocorria. 
Soube, então, que aquelas redes eram "apanhadas" para que se fizessem as tranças, nas extremidades do tecido, que fora feito em "teares" manuais. Para  fazer as tranças das redes, era pago um certo valor, por cada unidade.
Quando eu era criança, não havia rede colorida como estas da imagem, eram brancas ou de xadrez.
Na maioria das casas, principalmente no nordeste, há armadores nas varandas, onde as redes
ficam sempre armadas, para o descanso. (Foto: google).
Para quem  não conhece bem as "partes" de um rede, devo dizer que, após  a "feitura" das tranças, na parte desfiada do tecido feito no tear, passa-se os cordões grossos que serão unidos nas extremidades no que se dá o nome de "punhos". Serão esses "punhos" que serão enfiados nos 2 armadores, geralmente presos em paredes opostas. É quando dizemos que a rede está "armada" e já é possível se deitar nela...
Como eu só tinha 10 anos de idade, era estudante, pedí então à Dona Margarida para "trabalhar" para ela, depois de aprender o "ofício" de fazedora de tranças de rede de dormir.
Depois de algumas aulas, passei a fazer as tranças de rede com exímia habilidade, segundo a minha "patroa", sendo então remunerada para tal.
Considero esse, meu primeiro emprego: tinha um "ofício" remunerado. Naquele tempo, não havia Conselho Tutelar para a Criança e o Adolescente. Caso houvesse, certamente, a nossa vizinha, Dona Margarida, seria punida por "exploração de trabalho infantil".  No entanto, no caso, fui eu que pedi o emprego....queria ganhar um dinheirinho, para comprar as minhas bonecas... Não fiquei muito tempo fazendo tranças de rede, precisava estudar...eu gostava, de estudar...
Hoje, quando vou visitar minha irmã e vejo a Dona Margarida na calçada, paro junto ao muro de sua casa e temos travamos um bom "dedo de prosa", incluindo na conversa essa passagem, das tranças de rede...
Já não existem mais fábricas de rede por aquelas bandas...só no interior...

Neste início de Dezembro, em pleno "clima" natalino, como vem fazendo há alguns anos, a CDL ( Câmara dos Dirigentes Logistas),   a árvore composta por redes de dormir, instalada na Praça do Ferreira, no "coração" de Fortaleza, pegou fogo, em poucos minutos.  


Porém, a direção da CDL logo providenciou outra Árvore de Natal, igualzinha à árvore do "sinistro", que já foi inaugurada hoje. Soube, no noticiário da TV Verdes Mares que,  agora, tomaram precaução  para não ocorrer outro incêndio...
Assim, os fortalezenses ficarão mais tranquilos, aguardando a Noite de Natal. Todos dias, no início da noite,  nesse mês de dezembro, um Coral de Crianças entoa canções natalinas, nas janelas da belíssima edificação onde funcionou, por muitos anos o famoso Hotel Excelcior, na Praça do Ferreira...É o  chamado Natal de Luz do Ceará...


Enquanto não chega a Noite de Natal, vez em quando, vou "curtindo" uma gostosa sesta , numa de minhas indispensáveis redes...
Esta foto, como o vídeo, é  do ano passado...esta rede,
não é minha, estava armada na varanda de um restaurante,
em Natal...no Rio Grande do Norte....ou num outro local,
onde estive nas férias de 20010...




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Estou indo, mas eu volto, antes do Natal........Um abraço!