domingo, 27 de fevereiro de 2011

Famílias Albano e Paiva : UNIDAS MISTICAMENTE - I

Vez por outra, releio os manuscritos de meu pai. Hoje escolhi
um deles para relatar os fatos alí tratados. Como título, ele escreveu : A história de um santuário de 1845 que, há 126 anos, 1845-1971, unia, misticamente, as Famílias Albano e Paiva.

Em 1971, meu pai, José Joaquim de Oliveira Paiva, tinha 76 anos. Morreria, seis anos depois.

 Diz êle, nesses manuscritos, que lera, na Revista do Instituto do Ceará (Tomo LIX,Ano LIX,1945), os Apontamentos Biográficos de Manuel Francisco da Silva, escrito pelo Dr. Manoel Albano Amora.

São João Batista, menino - uma das 7 imagens


Curiosa, fui à fonte, conferir. Lá na revista, no artigo referido, consta o testamento e inventário do  biografado, dentre outros dados.

Reportei-me ao passado e lembrei-me das imagens de santos que compunham o oratório lá de casa. No testamento, depois inventário, constam :  1 oratório e 7 imagens. Estas mesmas imagens, muitos anos depois, vieram compor o santuário da família Paiva.

É que, a 2ª esposa de Manuel Francisco da Silva, o fundador da família Albano, Ana Joaquina da Conceição e Silva, ficando viúva, casou-se com o Ten.Cel. Antônio Pereira de Brito Paiva, meu tio avô. Após a morte da esposa, o Cel. Paiva doou as imagens à sua madrasta, Ana Joaquina de Castro Paiva, minha bisavó/trisavó.......




Prometo que volto.....um abraço!

sábado, 26 de fevereiro de 2011

De herança, uma PALMATÓRIA - I I

É preciso registrar aqui, que a palmatória lá de casa nunca me causou pavor. Para mim, era mais um objeto de decoração. Não foi minha mãe que ofereceu à professora particular, foi ela que pediu emprestada... creio que não se "garantia", no dizer de hoje, e se "apoiava" no "instrumento de tortura"....

Pois bem. Alguns anos após as tais aulas particulares, a professora não mais foi vista. Mudou-se da nossa rua (Barão de Aratanha), não se soube para onde. Esquecemos da palmatória que, por direito de herança, seria da Zélia Maria, minha irmã mais velha. 
(Foto do blog Pedagogia &Vida, de Eduardo Marculino)
Umas quatro décadas depois, morando eu no Rio de Janeiro, em minhas muitas viagens a Juiz de Fora, em Minas, entrando em um antiquário, num espanto, gritei para o meu marido :- igualzinha à palmatória da mamãe! Aí, não titubeei, comprei a bichinha...afinal
não me trazia má lembrança, era apenas uma relíquia de famíla.

Acontece que, ultimamente, venho me desfazendo de muitos "guardados", de objetos adquiridos em viagens...Há dias, portanto,
vendi, entre outras coisas, a palmatória mineira.É possível que ela ainda esteja exposta na Feira de Antiquários do Center Um, à rua
Santos Dumont. Querendo conhecer uma palmtória ,"ao vivo", vale conferir.... lá tem coisas antigas curiosas...
O mais interessante é que, a pessoa a quem vendi a palmatória, é
amiga daquela tal professora particular da Barão de Aratanha. Pretendo encontrá-la, "cobrar" a PALMATÓRIA deixada pela minha bisavó Dona Anna Carlota Bezerra de Menezes e entregar, solenemente, à Zelia Maria. No mesmo ato, ela passará às mãos da Joélia, sua filha mais velha......não se "quebra" uma tradição de família assim....sem mais, nem menos !

Eu volto......um abraço!

Uma homenagem, à ANA LUZ !

Tenho uma amiga que é uma graça de pessoa. Nesta homenagem, que hoje presto à ela, vou chamá-la de Ana Luz, este lindo  pseudônimo que ela costuma usar.....


Este belo Coche pertence ao acervo do Museu Histórico
do Rio de Janeiro, onde a Corte Portuguesa se instalou em 1808

Recebi, uma singela mensagem em que Ana Luz diz que não se imagina, em uma cadeirinha de arruar, sendo levada por escravos, queria ser levada por cavalos....Que tal  esse coche, dileta amiga!......Agora, é providenciar os cavalos......

Respondi-lhe que, a minha Caderinha de Arruar, imaginária, ficaria paradinha, que eu iria utilizá-la apenas para , tranquilamente sentada, escrever estes textos que aqui serão publicados.Não usaria escravos, para conduzir-me ....não seria, politicamente correto...ainda mais em pleno século XXI.....

Sei que minha bisavó materna, Maria Isabel de Paiva Oliveira, mãe do abolicionista Manoel de Oliveira Paiva, o romancista cearense, teve alguns escravos. Todos foram alforriados e, por incrível que pareça, permaneceram morando em sua casa, tratados como da família. Tratarei  desse assunto, em postagem oportuna. Outro exemplo, esse em minha família materna, é de meu tio avô, Antônio Bezerra de Menezes, considerado um dos que mais lutaram frente ao movimento abolicionista no Ceará.

Obrigada, Ana Luz, você ,como uma artista de palco, deu-me a "deixa" para iniciar aqui, hoje, o tema  ABOLIÇÃO DOS ESCRAVOS no contexto de minhas famílias materna e paterna: Bezerra de Menezes e Oliveira Paiva. Indubitável, que o Ceará é
a Terra da Luz!



Eu volto...........um abraço!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

De herança, uma PALMATÓRIA - I

Sinceramente, nunca soube os motivos que impulsionavam Dona Anna Carlota Bezerra de Menezes a aplicar "bolos" nos seus oito filhos. Se é que aplicava! Mas sei que que ela possuia uma PALMATÓRIA que foi passada de
geração à geração, à cada filha mais velha. Minha mãe herdou, o tal "instrumento de tortura".
Minha avó, Maria Carolina, contava que Don'Anna fora uma "mulher de fibra", que educou muito bem seus filhos e que  nascera  na região jaguaribana, em um lugarejo chamado
 Riacho do Sangue (hoje, Jaguaretama),no Ceará . Imagino que ela tenha nascido na primeira metade do século XIX. Sei que ela viveu até o ano 1887, segundo o seu inventário, ao qual tive acesso, pesquisando no Arquivo do Ceará.  Foi inventariante dela, o Capitão José Joaquim Bezerra de Meneses, o viúvo, que também era seu primo. José Joaquim era irmão, dentre outros, do Médico Espírita cearense,Adolfo Bezerra de Menezes, do qual falarei em outra postagem.


(Foto do blog Pedagogia &Vida, de Eduardo Marculino)
Voltando, à PALMATÓRIA: pequena peça circular de madeira geralmente com cinco orifícios dispostos em cruz, e com um cabo, a qual servia nas escolas para castigar as crianças, batendo-lhes com ela na palma das mãos.( Depois investiguem, para que serviam os furinhos....  aí, que "mora" a tortura !).

Aloisio Azevedo, em seu romance Mulato, escreveu: Destacava-se dependurada na parede, uma formidável palmatória, de dar bolos, negra, terrível e muito lustrosa do uso.> (Caldas Aulete).
A palmatória lá de casa, que fora de Don'Anna, essa minha trisavó materna, seria herdada por minha irmã mais velha, Zélia Maria.. Mas, uma professora particular, das três filhas de minha mãe,
pegou-a emprestada, para distribuir bolos em sua famigerada "sabatina de tabuada". Ai de quem não tivesse as respostas na "ponta da língua"!

Aguardem, o próximo capítulo....
Volto, em breve......um abraço!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

"PERSONIFICANDO" uma CADEIRINHA DE ARRUAR

Na primeira postagem, falei da cadeirinha de arruar, queria mostrar um modelito, mas qual o quê....não lhe mostrei, mas prometi que a traria em breve. Na verdade, uma cadeirinha de arruar, nada mais é do que uma liteira. Era, nesse tipo de cadeira, que as senhoras e senhorinhas, da corte, no Rio de Janeiro, iam às ruas para passear, fazer compras, visitar as amigas, rezar na igreja....


                                    Cadeirinha de Arruar
      

 A cadeirinha  que imagino, onde quero me sentar,  para recordar e escrever as histórias contadas pelas minhas avós, minha mãe ou qualquer outro ascendente meu, é semelhante a que aí está. Ela será a inspiradora, para o resgate das minhas memórias .....


Voltarei em breve....um abraço!

                               












                                  








sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

PARA INÍCIO DE CONVERSA

Estou chegando, de mansinho, à antiga : sentada numa "imaginária" cadeirinha de arruar que, há muito,eu guardara nos  porões do Solar do Benfica, onde moro. Da cadeirinha de arruar, que vai permanecer instalada debaixo de uma frondosa mangueira, que compõe o jardim do solar, aguardarei  você, leitor e leitora que gosta de conversar sobre histórias de famílias, objetos e "causos" que passaram por nossas vidas.

Não levo (ou trago) jeito para essa coisa "muderna" de post,
mas, como quero iniciar este blog, vamos ao "ponta pé" inicial.... Minha intenção era já inserir aqui , agora,  uma foto da minha cadeirinha de arruar, para quem não conhece uma. Mas eu tenho que aprender ainda a fazer essas "mágicas"....tenham um pouquinho de paciência...
Quero,aqui, relatar fatos reais que estejam diretamente ligados às minhas raizes nordestinas, que passam pela Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará.

Por que, conversaremos da cadeirinha de arruar? É que, a maioria dos fatos e objetos que irei mostrar, é do período imperial.....

Voltarei o mais breve possivel,....um abraço!