JUNTO AO SÍTIO DA TIA LUIZINHA,
HAVIA UMA LAGOA...
Esta, é a Lagoa do Tauape, onde a menina Luma e suas irmãs
brincavam, quando iam visitar a querida tia Luizinha. Do lado direito,
da foto,acima dessa ribanceira, ficava o enorme sítio, tendo bem à
frente, um belíssimo casarão...(Foto: Arquivo Nirez).
A LAGOA DO TAUAPE
frente, um belíssimo casarão...(Foto: Arquivo Nirez).
A LAGOA DO TAUAPE
(CONTO MEMORIALISTA, DE LÚCIA PAIVA)
De primeiro, lá para as bandas da Cachorra Magra, havia uma lagoa: a Lagoa do Tauape. Uma menina, chamada Luma, saía com seu pai e suas duas irmãs, todos os sábados, cedinho da manhã, para visitar a velha e querida tia Luizinha, que morava, com seu filho Mário, em um enorme sítio, bem juntinho da lagoa. Era como se a lagoa, fosse o jardim do casarão do sítio.
As três meninas, deixavam o pai a conversar com a tia e corriam, em direção à beira da lagoa para, só depois, mergulharem na doce água morna.. Alí ficavam, uma hora ou pouco mais, retornado, em seguida, ao aprazível sítio. Era quando o primo Mário lhes oferecia variados tipos mangas: manga rosa, tamaracá, jasmim, coité...e, até, a miúda manguita, conhecida também por carlotinha...tão pequena e tão doce, quanto a infância...
Ao fim da visita semanal, à idosa tia, já por volta das 10 horas da manhã, pai e filhas retornavam à sua casa, distante dalí uns dois quilômetros... mais ou menos...
Nesta foto panorâmica do bairro Benfica, em Fortaleza, vê-se o Estádio
Presidente Vargas,conhecido por PV, cuja rua que vemos ao lado esquerdo
é a Rua Marechal Deodoro,antiga Rua da Cachorra Magra. O sítio, ficava
depois do PV, onde se avistam árvores, no alto dessa foto. Mais à frente,
a avenida transversal é a 13 de Maio, onde está a edificação da Escola
depois do PV, onde se avistam árvores, no alto dessa foto. Mais à frente,
a avenida transversal é a 13 de Maio, onde está a edificação da Escola
Técnica Federal de Ceará (SEFETE) ... (Foto: Arquivo Nirez).
Seguiam, então, pela Rua Marechal Deodoro, antiga Cachora Magra, atravessavam a Av. 13 de Maio e, mais adiante, no sentido centro, dobravam na Travesa Iguatu, ainda no bairro Benfica, quase em frente à belíssima e centenária Chácara Flora.(ABRINDO UM PARÊNTESE...
A Chácara Flora (foto atual) era centenária e foi demolida
no dia 30-12-11, causando grande revolta nos fortalezenses
que amam a sua cidade e querem preservar seu patrimônio
arquitetônico. Esta edificação situava-se na Rua Marechal
Deodoro, antiga Rua da Cachorra Magra, próximo à Avenida
13 de maio, quase chegando à antiga Travessa Iguatu, hoje
Rua Padre Miguelino(Foto: blog Monumento, Arquitetura e Arte)
A chácara do Sítio da tia Luizinha, como essa e tantas
outras do aprazível bairro Benfica, também foi demolida,
com essa mesma"crueldade"...aplicada à Chácara Flora...
(Como "doem", na alma, esses "crimes" ,contra o patrimônio
histórico e arquitetônico da minha, da nossa, Fortaleza Amada...)
...FECHANDO O PARÊNTESE).
Luma, as suas duas irmãs e seu pai seguiam, o caminho de casa, pelas ruas Senador Pompeu, Barão do Rio Branco, Major Facundo, Floriano Peixoto e Assunção. A casa deles ficava (ainda fica) à Rua Saldanha Marinho, quase na esquina com a Rua Solon Pinheiro, já no Bairro de Fátima.A chácara do Sítio da tia Luizinha, como essa e tantas
outras do aprazível bairro Benfica, também foi demolida,
com essa mesma"crueldade"...aplicada à Chácara Flora...
(Como "doem", na alma, esses "crimes" ,contra o patrimônio
histórico e arquitetônico da minha, da nossa, Fortaleza Amada...)
...FECHANDO O PARÊNTESE).
No caminho de volta à casa, era muito comum encontrarem figuras "pitorescas" que, há muito tempo, faziam parte do cenário da cidade. Eram os vendedores ambulantes, com seus "ingênuos" pregões....
Alí estava, a Tereza, com sua enorme bacia de alumínio, carregada de "puxa-puxa" a dizer... quase cantando: "Olha o puxa-puxa da Tereza, quem quiser que se habilite!".
Alí estava, a Tereza, com sua enorme bacia de alumínio, carregada de "puxa-puxa" a dizer... quase cantando: "Olha o puxa-puxa da Tereza, quem quiser que se habilite!".
Com a bacia de alumínio, apoiada na murada de alguma casa, num movimento de vai-e-vem, com ambas as mãos, a Tereza ia dizendo o seu famoso pregão. Quando chegava um "freguês", interessado no puxa-puxa, ela pegava uma tesoura e cortava um pedaço, do tamanho costumeiro...delícia pura!!!
Alguns quarteirões depois, já se ouvia o tilintar de um triângulo, tocado pelo vendedor de "chegadinha":
- "Pega, pega as chegadinhas, um punhado de conchinhas"... parecia dizer o som, da batida do triângulo...
O menino tocador, trazia um enorme cone de zinco, à tira-colo, sobre um dos ombros e ficava, assim, com as duas mãos livres para bater o pedacinho de ferro no anunciador triângulo musical...
Para quem não conhece a "Chegadinha", ela é um tipo de biscoito muito fino, na forma de uma concha, do tamanho de uma mão. Feita com trigo, manteiga, açucar... que "cola" no céu-da-boca, como uma "hóstia consagrada". É diferente do puxa-puxa, que é feito de melado de cana e "prega" nos dentes, como um "quebra-queixo". No entanto, ambos são doces e bonitos, como a infância: o puxa-puxa é claro, como o marfim, a chegadinha, é morena, como a rapadura...
Mais adiante, no caminho para casa, o pai e as três meninas, se deparavam com o "homenzinho" da cruzeta, que dizia, em sua cantilena: "Cruzeeeta, na hora...cruzeeeta, na hora... cruzeeeta, na hora...", sem parar...! Para quem não sabe o que é uma cruzeta, eu digo: é uma pequena cruz de madeira, com um gancho no alto, que se usa para pendurar roupa. Hoje, a cruzeta é chamada de cabide, pelo cearense. Com o passar do tempo, muitas palavras e expressões regionalistas, se "perderam"...
Os quatro andarilhos, em "marcha lenta", chegavam em casa por volta das onze horas, com o sol quase a pino, a bronzear a pele, tornando-a bem trigueira...
À noite, após o jantar, sempre ao toque da "ave maria", Luma e as irmãs iam juntar-se às amigas do quarteirão onde moravam, para as brincadeiras de roda, na calçada. Enquanto cantavam a ciranda, o atirei o pau no gato, a senhora dona cândida e tantas outras cantigas de roda, passava, diariamente, o vendedor de "doce gelado" que, também, tinha o seu pregão:- "Doce gelado, sapoti, maracujá, namorei uma morena na Meton de Alencar, eu queria casar com ela, e ela não queria não, porque eu era um sorveteiro e ela chofer de fogão...doooce gelado..."...
Essas lembranças, são tão fortes, para Luma, que hoje, professora da rede pública de ensino, resolveu participar de um concurso de poesia, inscrevendo um poema seu, onde relata essas "passagens" de sua infância...compartilhando esses momentos tão gostosos, como o puxa-puxa da Tereza, a chegadinha, o doce gelado, as mangas da tia Luizinha, o banho na Lagoa do Tauape...enfim...
- "Pega, pega as chegadinhas, um punhado de conchinhas"... parecia dizer o som, da batida do triângulo...
O menino tocador, trazia um enorme cone de zinco, à tira-colo, sobre um dos ombros e ficava, assim, com as duas mãos livres para bater o pedacinho de ferro no anunciador triângulo musical...
Para quem não conhece a "Chegadinha", ela é um tipo de biscoito muito fino, na forma de uma concha, do tamanho de uma mão. Feita com trigo, manteiga, açucar... que "cola" no céu-da-boca, como uma "hóstia consagrada". É diferente do puxa-puxa, que é feito de melado de cana e "prega" nos dentes, como um "quebra-queixo". No entanto, ambos são doces e bonitos, como a infância: o puxa-puxa é claro, como o marfim, a chegadinha, é morena, como a rapadura...
Mais adiante, no caminho para casa, o pai e as três meninas, se deparavam com o "homenzinho" da cruzeta, que dizia, em sua cantilena: "Cruzeeeta, na hora...cruzeeeta, na hora... cruzeeeta, na hora...", sem parar...! Para quem não sabe o que é uma cruzeta, eu digo: é uma pequena cruz de madeira, com um gancho no alto, que se usa para pendurar roupa. Hoje, a cruzeta é chamada de cabide, pelo cearense. Com o passar do tempo, muitas palavras e expressões regionalistas, se "perderam"...
Os quatro andarilhos, em "marcha lenta", chegavam em casa por volta das onze horas, com o sol quase a pino, a bronzear a pele, tornando-a bem trigueira...
À noite, após o jantar, sempre ao toque da "ave maria", Luma e as irmãs iam juntar-se às amigas do quarteirão onde moravam, para as brincadeiras de roda, na calçada. Enquanto cantavam a ciranda, o atirei o pau no gato, a senhora dona cândida e tantas outras cantigas de roda, passava, diariamente, o vendedor de "doce gelado" que, também, tinha o seu pregão:- "Doce gelado, sapoti, maracujá, namorei uma morena na Meton de Alencar, eu queria casar com ela, e ela não queria não, porque eu era um sorveteiro e ela chofer de fogão...doooce gelado..."...
Essas lembranças, são tão fortes, para Luma, que hoje, professora da rede pública de ensino, resolveu participar de um concurso de poesia, inscrevendo um poema seu, onde relata essas "passagens" de sua infância...compartilhando esses momentos tão gostosos, como o puxa-puxa da Tereza, a chegadinha, o doce gelado, as mangas da tia Luizinha, o banho na Lagoa do Tauape...enfim...
*******
NOTAS:
1- A expressão "De primeiro", usado no iníco do texto, ao qual chamei de Conto Memorialista, é tipicamente "cearense". A "inspiração"veio do romance "Dona Guidinha do Poço", de Manuel de Oliveira Paiva(1861-1892) cujo início é: - De primeiro, havia na ribeira do Curimataú, afluente do Jaguaribe, uma fazenda chamada Poço da Moita...(...);
2- A tia Luizinha, do conto, A Lagoa do Tauape, é Luiza de Oliveira Paiva, irmã de minha avó paterna, Rosa de Oliveira Paiva e do escritor Manuel de Oliveira Paiva (romancista, contista, poeta...);
3- Nesta postagem, condensei o conto, A Lagoa do Tauape, por ser muito extenso. No conto original, consta a poesia "Furto d'alma", que foi publicado na postagem do dia 13-04-11, aqui, na Cadeirinha de Arruar.
2- A tia Luizinha, do conto, A Lagoa do Tauape, é Luiza de Oliveira Paiva, irmã de minha avó paterna, Rosa de Oliveira Paiva e do escritor Manuel de Oliveira Paiva (romancista, contista, poeta...);
3- Nesta postagem, condensei o conto, A Lagoa do Tauape, por ser muito extenso. No conto original, consta a poesia "Furto d'alma", que foi publicado na postagem do dia 13-04-11, aqui, na Cadeirinha de Arruar.
===================
Eu vou mas volto.......................Um abraço!
Oh, Lúcia...mas que delícia!!!
ResponderExcluirOlhe...aqui a chegadinha, que é um tipo de bolacha obreia(pão de hóstia...) chama-se aqui lingua da sogra, porque tem o formato de um canudinho comprido.
O chega-chega (que se pega aos dentes...) aqui é pirolito!!! Eheheh!(mas quase não se vende.Está em vias de extinção...)
Ah! E ainda se usa o termo cruzeta ou cabide, sim!
Lindo isto! Está demais!És genial!
Bom trabalho E Parabéns!
Bom fim de semana
Bjis
Eu bem que disse, que era uma delícia...Manu, Querida!
ExcluirEssas "línguas de sogra" de que você fala, já vi em Recife, salvo engano...só muda o formado, a massa é a mesma. Aqui também havia pirolito, todos enfiados numa tábua com buraquinhos..já quase não vejo...
Obrigada, amiga, por palavras tão carinhosas.
Beijinhos,
da Lúcia
Que legal e quanta coisa pra lembrar. E tuas postagens sempre nos fazem aprender...beijos praianos,chica
ResponderExcluirSão mesmo muitas, as lembranças...enquanto elas brotarem vou trazendo, compartilhando.
ExcluirAdoro, seus beijos praianos, chica.
Mando-te um XÊRO!
Querida Lúcia,
ResponderExcluirQue bem me souberam o doce gelado, sapoti, maracujá, chegadinha e puxa-puxa !
Também me soube bem o teu forte abraço e as tuas palavras de conforto no momento difícil da minha vida.
Estou de volta !
Beijinhos
Verdinha
Que felicidade, Verdinha, ter você de volta!
ExcluirFeliz também por lhe saber bem, os sabores da infância.
Adorei, o seu retorno!
Obrigada, beijinhos,
da Lúcia
Lúcia, Querida
ResponderExcluirAs iguarias (guloseimas) da minha infância todas aqui para fazerem História aos sabores que parecem haver renascido.
Que saudades!...
Beijos
SOL
http://acordarsonhando.blogspot.com/
Até parece que passamos a infância no mesmo território.
ExcluirÉ muito bom saber que as origens são as mesmas e até
as saudades são comuns...
Beijos, querido SOL,
da Lúcia
Lucia
ResponderExcluirQuanta história, quanta novidade se aprende aqui. Este nosso imenso Brasil onde a gente desconhece vocabularios e trovinhas nos faz atraves de voce ficarmos mais perto do nosso proprio Brasil das muitas Gerais.
com amizade e carinhod e Monica
Moniquinha, nosso Brasil é tão diverso, nos costumes,
Excluirdada a sua dimensão. Assim não conhecendo tudo, vamos aprendendo com o que vamos encontrando...
Obrigada, amiga
Beijos,
da Lúcia
Lucinha irmã querida:
ResponderExcluirComo gosto destas suas histórias, com sabor a saudade e infância!
Que pena terem derrubado a Xácara tão linda! Aqui também deitam abaixo muita coisa que, não deviam.
Depois, fazem uns edifícios horrorosos, sem alma, nem história.
Quantas vidas vividas naquela linda casinha cor de rosa!
Antigamente, aqui, também chamavam cruzetas aos cabides. Ainda guardo alguns.
Obrigada pela história. Vou relembrá-la antes de dormir. Pode ser que no sonho, eu tenha uma casinha igual.
Beijinhos da mana
Maria
Minha irmã querida, Maria
ExcluirNossas histórias tem mesmo sabor de saudade e infância.
Todos os dias, quase, eu passava em frente à casinha cor de rosa e já previa o seu destino...Doeu muito!
Também tenho, algumas cruzetas, são relíquias, para mim.
Bons sonhos, e beijinhos,
da mana Lúcia
Boa tarde lúcia querida,Ceará tens histórias encantadoras,um dia quero conhecê-las de perto bjs e ótima semana.
ResponderExcluirVenha, Lo, conhecer o Ceará, juro que vai gostar...
ExcluirBeijinhos,
da Lúcia
Lúcia, minha amiga,
ResponderExcluirMe banhei na lagoa com as meninas, no caminho de volta me deliciei com o puxa-puxa e a "chegadinha" (esta eu não conhecia) e nas cantigas de roda mergulhei mais fundo nas doces lembranças de Luma.
"De primeiro", era tudo assim, cheio de encanto e simplicidade.
Infelizmente, em nome do progresso, muita coisa é destruída, demolida e soterrada... mas o que se viveu, ficou na lembrança, e isto, ninguém apaga.
Mais uma linda postagem!
Um Xêro.
Talvez você conheça a chegadinha com outro formato. Até as cantigas de roda, muitas mudam de nome e se alteram nas letras...mas tudo é Brasil. Pena, que as crianças, já não se interessam por essas cirandas..."grudam-se" na tv e na internet. "De primeiro" os encantos eram outros e que bom que não se apagam.
ExcluirObrigada, Estela
Um XÊRO!
Mais um pedaço de história muito interessante. Fiquei admirada com o mome das mangas...tantos anos no Brasil e só conhecia a manga rosa, a manga coração de boi e a mais pequena, que não sei como se chamava. Sabe, aqui em Lisboa há também o bairro Benfica onde nasceu o famoso Benfica, clube de futebol. Nós aqui em portugal usamos sempre a palavra cruzeta para significar o cabide, embora ele já não tenha esse formato de cruz de madeira; é igual ao cabide do Brasil, só que o nome usado continua a ser cruzeta; usa-se cabide quando é aquele gancho colocado na parede para pendurar os casacos quando se entra em casa; neste caso usamos cabide. Lindo como sempre este seu relato, Lúcia. Obrigada por nos dares a conhecer factos tão interessantes. Um beijinho e espero que tenhas uma bela semana
ResponderExcluirEmília
Os tipos de mangas, nomes e sabores, são inúmeros e variados, em cada região do país, Emília. A nossa manga coité, no Ceará, salvo engano, é a mesma coração de boi.
ResponderExcluirQuanto a o bairro e time Benfica, acredito que foi dado, ao daqui, por algum português que nele viveu antes de ter nome. Aliás, temos muitas cidades brasileiras com os mesmos nomes de cidades portuguesa, como Crato, Portalegre, Oeiras, Vila Flor...Isso, é muito lindo!
Agradeço, seu carinho, Emília.
Linda semana e mil beijinhos
Olá Lúcia...
ResponderExcluirQue bom recordar tanta coisa boa da infância...!!!
Aqui em Portugal não se conhece o "puxa puxa" ou a "chegadina", mas "lingua da sogra", sim...., disso lembro-me perfeitamente que, diáriamente, à saída da escola primária, lá estava o homem com um tabuleiro carregado de "linguas de sogra"...e como eram deliciosas...!!!
Este seu relato levou-me a esses tempos tão bonitos, vividos de uma forma tão simples, mas tão maravilhosa...!!!
Quanto à cruzeta, é nossa conhecida e ainda hoje assim é chamada...
Um abraço e uma semana para si
Albertina Granja
Enquanto você digitava aqui, Albertina, eu lia Fumo de Florbela Espanca em "sua casa" rsrs: triste, mas lindo!
ExcluirRecordar a infância é dos exercícios que mais faço, com imenso prazer. Portugal tem muita parreira, mas canavial é aqui...Quanto à chegadinha e a língua de sogra, parece que na gostosura são a mesma coisa. A cruzeta, deixou-se de chamar...só os muito antigos, chamam assim.
Obrigada, amiga, boa semana e beijinhos,
da Lúcia
Minha querida Lúcia,
ResponderExcluirEstou aqui a usar o PC de meu irmão,enquanto o meu notebook ainda não está pronto...mas tem que ser rapidinho pois ele saiu mas voltará rapidinho.
Pois é,amiga,concordo com você:"de primeiro"tudo tinha um outro sabor,as frutas e as prosas,as rodas e o colo de mãe(hoje substituido pela TV e pelos jogos eletrônicos.
Estou chegando de Minas e lá como aí,a gente se espanta com as demolições do casario antigo,para dar lugar a estas monstruosidades em concreto.A rua principal de Barbacena tem poucas casas coloniais,substituidas que foram por edifícios enormes.E,olha que saí de lá há pouco tempo,fico imaginando as pessoas que de lá se mudaram há 20 anos e voltam...é um horror.
Bem,amiga não posso me alongar.
Bjssssssss,
Leninha
Querida Leninha, seu recado rapidinho foi bem dado, como sempre. É assim, vão destruindo o que é belo e construindo os monstrengos. É uma pena, nada podemos fazer, apenas lamentar. Conheci Barbacena há mais de 25 anos, imagino, pelo que diz, que sofreu mudanças como aqui, nas edificações antigas.
ExcluirObrigada, pelo carinho
Beijos,
da Lúcia
Delicia de conto. Desculpe a minha ignorância mas não sei o que é puxa-puxa nem chegadinha.
ResponderExcluirAqui em Portugal na minha infância, também havia as cruzetas depois mais tarde mudaram -lhe o feitio e passaram a chamar-se cabides.
Nós moravamos num barracão junto ao rio e mal o tempo começava a aquecer não saíamos da água.
Um abraço e uma boa semana
Oi, Elvira, que bom, que achou uma delícia, o conto. Eu acho um delícia o que passei e o recordar e contar.
ExcluirQuanto a "chegadinha" é semelhante à "casquinha de sorvete", só que a casquinha é mais grossa, a chegadinha se quebra à toa, tem 1mm de espessura. Mas, o sabor éo mesmo da chegadinha. Uma outra amiga de Portugal disse que aí é "língua de sogra" e á forma é um canudinho.
Quanto ao puxa-puxa, é o mesmo processo da rapadura, feito com "caldo de cana". É feito num grande taxo, ao fogo(lume) de onde se faz 4 produtos: "rapadura" (dura e escura); a "batida"(menos dura e mais clara); o "alfininim" (mais macio, desmancha na boca) e por fim o "puxa-puxa" que é mole e bem claro, de tanto puxar .
OBS.: os 3 primeiros doces, são secos...o puxa-puxa, é o único que é mole e "grudento". Tudo é feito, do MELADO, ou MEL, da CANA de AÇUCAR...
Obrigada, boa semana, beijinhos
Lúcia
Lúcia, a sua visita agradou-me muito e o seu belo blog também.
ResponderExcluirQuero vir mais vezes aqui pois gostei muito de ler os seus textos e de rever alguns lugares conhecidos da bela Fortaleza.
bjs
Fiquei curiosa, para conhecer o "pássaro impossível".
Excluir"Matei" a curiosidade e saí "lucrando"...ADOREI, Sônia!
Obrigada, beijinhos,
Lúcia
Lúcia querida, como sempre tuas lembranças me encantam.Belos tempos, belas lembranças. A infância era um parque de diversões inocentes e felizes.
ResponderExcluirParabéns linda amiga!
Mil flores para você.Bjs Eloah
Obrigada, amiga. A inocência da infância, andou "sofrendo" um abalo...a meninada, agora, a encurta
Excluirficando adulta precocemente.Serão felizes?
Beijos,Eloah,
da Lúcia
Lindo conto. Muito nostalgico e cativante. Mas o que é puxa-puxa? Enfim... Adorei o lugar e tarei sempre aqui!
ResponderExcluirConvido-lhe para visitar meu blog e se gostar seguir e deixar um comentário. Abraços. Sigo de volta.
http://paulobouvier.blogspot.com/
Obrigada, Bouvier. Rememoro o passado, com grande saudade mas imenso prazer. O puxa-puxa é o melado da cana já bem no ponto de enrolar e puxar. O mel de cana dá vários produtos: a rapadura, o alfinim, a batida o puxa-puxa.
ExcluirJá visitei seu blog, deixando comentário.
Abraços, volte sempre.
Vou aprendendo muito, sobre locais que não conheço, com estas descrições maravilhosas e imagens lindas!
ResponderExcluirBjs
Esteja à vontade, para conhecer as histórias, sempre reais, do histórico familiar, onde contextualizo com as épocas e ilustro com imagens, quando encontro.
ExcluirObrigada, Lilá(s)
Beijos,
da Lúcia
Tem graça que eu pensei que seria mesmo a língua da sogra.
ResponderExcluirQuanto ao puxa-puxa, rapadura não faço ideia nenhuma se há alguma coisa semelhante cá em Portugal mas não acredito. Talvez na Madeira onde há muito açúcar de cana.
Um abraço
Vê, Elvira, são variações sobre um mesmo "tema".
ExcluirTalvez procurando no "google" você encontre fotos das
duas iguarias de mel de cana, principalmente a "rapaduara". É possível, que na Madeira exista,se tem canavial.
Um abraço,
da Lúcia
Sou e sempre serei sua amiga.
ResponderExcluirA amizade é como uma planta que
precisa todos os dias ser cultivada.
Quero sempre estar pertinho de você
deixando a marquinha que estive aqui no seu blog.
A amizade verdadeira é isso desejar estar perto
sem medir sacrificios acariciando o
coração amigo.
Beijos no coração.
Sua amiga fiel para sempre.
Evanir..
Evanir, querida, saiba que a
Excluirrecíproaca é verdadeira.
Um carinhoso abraço,
da Lúcia
Lúcia querida,
ResponderExcluirQue delícia ler o que você escreve e descreve com tanto
amor e saudade!
Adoro vir ao seu blog e inteirar-me dessas histórias do passado de um lugar que não conheço até então. Talvez,
algum dia, eu possa vir a conhecer algumas partes deste imento Brasil.
Linda postagem! Como sempre, adorei!
Um grande beijo, minha querida amiga.
Maria Paraguassu.
Querida Maria Paraguassu
ExcluirObrigada, pelas suas sempre tão gentis palavras.
Conheço uma boa parte do Brasil, do Nordeste ao Sul.
Falta-me conhecer o Norte. A Amazônia merece ser visitada. Obrigada, amiga, por suas delicadas palavras.
Um beijo carinhoso,
da Lúcia
Oi Lúcia,
ResponderExcluirA Índia é mesmo um país lindo e exótico. Coloquei mais fotos da exposição, no "Lua Branca", aos poucos vou colocando mais e mais, pois tirei quantas pude (rsss.
Pra você sentir saudades...
Um Xêro.
É mesmo muito linda e exótica, a Índia. Trouxe um bocado dela, aqui pra casa...até mesinhas entalhadas, encantadoras. Vou já, Estela, no "Lua Branca", sentir mais saudades. Obrigada, amiga.
ExcluirXÊRO!!!
Querida Lúcia
ResponderExcluirAs recordações da infância têm sempre um sabor que não se encontra em mais nenhum período da nossa vida. No nosso imaginário tudo tem uma espécie de magia...Muitas vezes eu e os meus irmãos pomo-nos a recordar esses tempos, os lugares que com o tempo mudaram tanto, pela mão do homem que não tem em conta a sua história. Cá também, muita coisa é derrubada sem necessidade alguma.Os pregões trazem-me os ruídos, os risos, as correrias de um tempo em que íamos pedir à nossa mãe tostões para comprar o rebuçado, espécie da chupa-chupa e ouras delícias que agora já desapareceram...
Adorei este seu texto, muito completo como tudo o que escreve.
Beijinhos
Olinda
Nós também, Olinda, os irmãos, estamos sempre a recordar de alguns lugares, pessoas...as reuniões são muito prazerosas.
ExcluirInteressante é que "rebuçado" me lembra Amália Rodrigues em uma entrevista no Brasil. Ela dizia,que no Brasil "rebuçado" é chamado de "bala" mas, no entanto, rebuçado é doce e bala mata. Ela tinha razão!
Pena, a falta de preservação de muitas delícias e belezas arquitetônicas.
Obrigada, querida Olinda, pelas gentilezas.
Beijinhos,
da Lúcia
Maravilhoso, Lúcia!
ResponderExcluirTudo, aqui no teu espaço, é maravilhoso.
Estou muito feliz com nosso encontro, que muito me enriquece!
Virei sempre, querida!
Deixo-lhe um abraço bem forte e carinhoso!
Esse comentário, vale ouro, Zélia!
ExcluirJá conhecia você de outras paragens blogueanas,
e já já conhecia seu, claro, maravilhoso espaço.
Obrigada, venha sempre e acomode-se, na Cadeirinha.
Meu carinho, num abraço!
Me seduziu!
ResponderExcluirUm beijo em tons de azul-mar-montanha, BS
Olá BS, a sedução, dos dons, é um dos melhores.
ExcluirObrigada, pelo seu comentário sempre carinhos.
Beijos,
da Lúcia
Amiga Querida
ResponderExcluirBoa noite!!!
Passando para te ver e deixar um beijo...e concordo com a Blue Shell,quanto à sedução...e acrescento o encantamento,a ternura e a alegria,sempre presentes em teus textos.
Bjsssss,
Leninha
Obrigada, Lenina, querida amiga!
ResponderExcluirPreciso ir no "Sonhos e Encantos",já, te dar
BOA NOITE e um beijinho...
Lúcia
Convido-lhe para ler e comentar meu último post:
ResponderExcluirhttp://paulobouvier.blogspot.com/2012/02/o-que-me-inspira.html
Obrigado e abraços.
Já fui e comentei.
ResponderExcluirE você, não gosta de fazer comentários?
Um abraço!
Lúcia, minha querida!
ResponderExcluirEstava meio perdida na leitura das postagens e resolvi voltar aqui, partindo assim para uma nova leitura de coisas que já li e outras que são novas pra mim. Vou levar tempo nesse balanço da cadeirinha e acho que vai ficar mais interessante ainda a leitura.
Lamento a destruição de patrimônios tão especiais de uma cidade, mas é muito difícil conter o ímpeto da ganância imobiliária...
Me vi entre sabores especiais, inclusive das "mangas" de minha vida. Bom demais estar aqui!
Bjks
Você se perdeu aqui e só hoje encontrei este comentário.
ExcluirÉ muito triste destruírem o patrimônio que é do povo e caracteriza a cidade, e construírem espigões terríveis,enfeiando o que era belo.
Aí descrevo bem momentos felizes,nesses sabores e amores...
Obrigada, amiga
Beijos
Que delícia de post. Fui googlar o que era "puxa-puxa" mas depois vc acabou por explicar no texto. Grata por este momento delico-doce.
ResponderExcluirBeijinhos, uma linda semana
Ruthia d'O Berço do Mundo
Obrigado por esse registro de um dos caminhos antigos de Fortaleza : a picada que levava a aldeia dos Pitaguary no pé da serra de Pacatuba.
ResponderExcluirQuerida lucia li sua historia e fiquei muito emocionado pois na minha infancia morei na travessa iguatu onde luma passava com seu pai e irmas... lembro que na chacara flora eu sempre ia la com um amigo chamado cid pedir sapoti a uma senhora que era a dona...era a Dna Nestina. quanta saudade.
ResponderExcluirMinha infancia na marechal deodoro foi inesquecivel...primeiro morei no beco do seu expedito...ali vizinho a sorveteria pardal antes da empresa brasileira. depois mudei para a travessa iguatu nr 16, era maravilhoso...vivia no colegio figueredo correia na casa do seu joao que tomava conta do grupo. meu nome é ricardo regis..o texto acima tambem é meu,.
ResponderExcluirMinha Bisavó falava muito da Rua da Cachorra Magra em Fortaleza, rua onde ela morou e cidade onde ela nasceu e saiu na década de 20 para vir morar aqui em Vitória ES, onde teve seus filhos, netos, bisnetos, tetranetos. Procurei no google o nome dessa rua e vi que agora se chama rua Marechal Deodoro, no bairro de Benfica em Fortaleza. Muito bom conhecer de perto a história que minha bisa sempre me contava quando eu era criança. Hj infelizmente ela já não está conosco, morreu em 1993, há 27 anos. Eterna Rua da Cachorra Magra que ela tanto falava.
ResponderExcluirMinha Bisavó falava muito da Rua da Cachorra Magra em Fortaleza, rua onde ela morou e cidade onde ela nasceu e saiu na década de 20 para vir morar aqui em Vitória ES, onde teve seus filhos, netos, bisnetos, tetranetos. Procurei no google o nome dessa rua e vi que agora se chama rua Marechal Deodoro, no bairro de Benfica em Fortaleza. Muito bom conhecer de perto a história que minha bisa sempre me contava quando eu era criança. Hj infelizmente ela já não está conosco, morreu em 1993, há 27 anos. Eterna Rua da Cachorra Magra que ela tanto falava.
ResponderExcluir