"O velho vovô" : mais um conto de ...
Manuel de Oliveira Paiva (1861-1892).
Porto do Mucuripe (Foto: google)
Em seu romance "A Afilhada", Oliveira Paiva (nome com o qual ficou mais conhecido), narra uma história social, fazendo evocações à sua cidade natal, Fortaleza, descrevendo lugares, ruas, bairros, com preciosos detalhes, por onde circulam os seus personagens. Neste conto, que agora trago a esta página, o autor descreve a região praieira, onde se instalou o primeiro porto da então província. Na sequência de fotos, postadas aqui,
a partir da primeira, do atual Porto do Mucuripe, os leitores verão imagens da Ponte Metálica, da Praia de Iracema (antiga Praia do Peixe), da Praia do Meireles, até ao primeiro porto, um trapiche, numa regressão fotográfica ao passado...
Porto do Mucuripe, em Fortaleza, capital do Ceará, em foto recente...
COSTA DO SOL NASCENTE: praias do Ceará a leste de Fortaleza.
COSTA DO SOL POENTE: praias do Ceará a oeste de Fortaleza.....
(Foto; google)
Ponte Metálica,preservada, um dos antigos portos de Fortaleza, na
Praia de Iracema (antiga Praia do Peixe), em foto recente.
(Foto: google)
Aqui, abro um parêntese, para dizer um pouco da "história" dos portos de Fortaleza...:
A Ponte Metálica foi o porto de Fortaleza até a década de 1950. Situa-se numa área na qual, por diversas vezes, existiu a construção de trapiches. O primeiro de que se tem notícia foi um trapiche datado de 1804. Depois foram construídos outros trapiches, dos quais o chamado trapiche do Elery, construído pelo inglês Henry Elery, provavelmente em 1844, que é considerado o mais famoso deles. Em 1857, foi construído um terceiro trapiche, sendo seu construtor Fernando Hitzshky, o qual mediu 154 metros de comprimento por 17,60 metros de largura.
No século XIX, Fortaleza desenvolveu-se muito como cidade e ainda não possuía um porto para exportar produtos como algodão café e couros.
(Fonte: Wikipédia; Obs.: No texto pesquisado, há informações sobre o Porto do Mucuripe).
Porto do Mucuripe, na Praia do Mucuripe, em foto da década de
1940 (Arquivo Nirez)
Praia do Meireles, onde ainda vê-se os antigos coqueirais, por toda
a orla marítima...até a antiga Paraia do Peixe, atual Praia de Iracema
(Foto: Arquivo Nirez).
Ponte Metálica, (antigo porto de Fortaleza) na Praia de Iracema.
(Foto: Arquivo Nirez)
Praia de Iracema, vendo-se ao fundo os antigos coqueirais (que
"deram lugar" às edificações (à esquerda) e a Ponte Metálica,
à direita, antigo porto, que está preservada.
(Foto: Arquivo Nirez)
Um dos muitos trapiches que serviram de porto, em Fortaleza.
(Foto: Arquivo Nirez)
Este foi o último trapiche , como porto de Fortaleza,
antes da Ponte Metálica, que foi preservada...
(Foto: Arquivo Nirez)
O velho vovô
por Manuel de Oliveira Paiva
O trapiche estava estava em seu antigo posto de honra, suspenso por uma elevada escada a cujos pés havia poços deixados pela maré, que se retraíra, e o oceano parecia magro, com os arrecifes à mostra, fugindo timoratamente, encolhido, medroso da terra. Uma interminável faixa de areia molhada, brandamente côncava, servia de guarda-pisa, entre o frouxel das ondas e o limiar da povoação. Em presença dessa depressão geral do oceano, sentia-se a sensação de quem desce - a falta de fôlego de uma vertigem.
Pausadamente, homens quase nus, de tanga e ceroula curta à guisa de calções entravam pelo mar adentro e abeiravam-se, com água pelos peitos, dos lanchões que oscilava apenas, carregados de mercadorias. O calor do sol untava de suor a esses trabalhadores, de linda musculatura atlética, que suspendiam fardos, com admirável precisão mecânica, e traziam-nos para o seco. Outros, em movimento contrário, embarcavam algodão e café e couros, desempilhando altas montanhas de gêneros acumulados pela areia, entre latadas de escaleres e esqueletos de lanchas velhas. Ao longe, se avistava o branco velejamento das jangadas que repousavam fora do alcance das ondas. E, por toda parte, como cercando o domínio do velho trapiche, espalhavam-se massas complicadas de ferro, quais membros esfacelados de um corpo gigantesco e bruto. Os navios amarrados, longe, lá estavam como abandonados no seio das águas, apenas visitados por tanchões vagarosos. E, de quando em vez, no deserto azul, passava a alvura imponente de uma jangada.
Recortado no peitoril do galpão que serve de vestíbulo à carcaça roxo-terra do velho trapiche, eu abismava o olhar nesse panorama vivo de sol, de terra e de águas. O firmamento era uma tela suspensa, que se encurvava, que se estirava pelos ignotos confins do poente que se cosia, rumo do norte, no debrum longínquo do céu com o mar. A cidade montada sobre mansos oiteiros, onde outrora rastejaram o zéfiro e as ondas, parecia ir descendo para as areias brancas, seio amorenado pelo resfolegar da luz. Os tetos, como escudos de tartaruga, se agachavam ebriamente, sob os tufos aéreos dos coqueiros, que dedilhavam uma harmonia vaga, impalpável, com luzimentos quentes, e roçavam ilusoriamente no azul que nos abafa com aquele bojo infinito, que nos persegue por toda parte, no campo, à rua,, pelas frestas, e pelas nesgas que se entrevê de dentro mesmo das habitações; esse azul que nos enraiva, que desafia o olhar ambicioso do artista para devastar o além dessa casca terrível que os antigos foram obrigados a julgar solidamente brochada de estrelas, de lua e de sol.
Voavam nuvens, verdadeiros flocos de espumas esparsas, macias que pareciam roçar nossas faces como cabelos finíssimos de crianças. Aquele azul sublime entrava-me pelas narinas!
E, finalmente, o mar enchia. Aqueles rochedos negros que emergiam à altura do porto, ia ser abafados. O comércio não podia mais refrear o ímpeto da onda. Soava a hora do paralisamento. Aí daquele que se arriscasse ao bruto! Os barquinhos e lanchas impavam aflitivamente. E só a jangada é que se aventurava a passar audaciosamente o rolo do mar.
Entretanto, o seio virgem das areias era, pela primeira vez, mordida pelo dente da ciência humana. O calmo inglês fazia aquele mesmo homem de tanga e ceroula à guisa de calção, batizar a sua terra pagã de indústria; e a fúria do mar batia-se tolamente; como os heróis da guerra ante os obscuros mineiros e os profundos pensadores: enterrava-se o primeiro pagão do viaduto, a primeira molécula daquele gigante que estava esfacelado pela praia afora.
E a massa roxo-terra do velho trapiche balançava-se na maré cheia, como barco encalhado, oco, apenas com os camarins de empregados e apetrechos de embarcações; o lampião da vigia apagado, fumaçoso, com o azeite frio; a luz entrando pelas gretas; - ele caíra aos pedaços, triste pela decepção, macambúzio! - ele, o velho vovô, do tempo em que minha avó dizia à minha inocência de criança que os meninos vêm é do mar, quando eu lhe perguntava donde a gente.
Amo tanto aquelas tábuas, e aquelas ondas brancas de cujo turbilhão eu via a cada instante rebentar um nenenzinho!
(1887)
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Vou e volto................................Um abraço!
Lúcia querida,
ResponderExcluirMuito belas as fotos e a sua Fortaleza que um dia pretendo conhecer...e,quando o fizer,já estarei munida de informações que não conseguiria em um simples Guia de viagens.
E esta crônica,tem uma ternura tão grande nas suas descrições do mar,dos homens deste mar e do trapiche envelhecido,que me deixou enternecida...muito lindo.
Bjssss e um lindo domingo,
Leninha
Venha conhecer, minha amiga Leninha, será bem recebida.Você já tem meio caminho andado...
ExcluirA crônica, que chamei de "conto" por estar assim catalogada, é, como diz uma amiga portuguesa, é bastante TERNURENTA...rsrs...Acho linda!
Um beijo...linda semana,boa noite...
Lúcia
fortaleza è linda,um dia ainda vou conhecer essa terra maravilhosa.
ResponderExcluiramo esse jeito de narrar,com essas palavras que são quase em desuso.
baci
Sou suspeita, pelo amor filial que tenho a essa terra, baci... Da narração, não mudei uma vírgula, pela maravilha que traz. O dicionário, fica do meu lado, rsrs
ExcluirObrigada, por ter vindo. Um abraço,
da Lúcia
Adorei a crônica maravilhosa e fiquei encantada ao ver as fotos do antes e depois de Fortaleza. Lindo passar aqui!beijos,chica
ResponderExcluirÉ, na verdade um crônica e é mesmo um encanto, chica.
ExcluirComo está catalogada como um "conto", na Wikisource, quis manter assim. Obrigada! Beijos, da Lúcia.
Lúcia, minha querida,
ResponderExcluirFantástico!!! Que maneira linda de escrever, descrever, narrar...
"Voavam nuvens, verdadeiros flocos de espumas esparsas, macias que pareciam roçar nossas faces como cabelos finíssimos de crianças. Aquele azul sublime entrava-me pelas narinas!"
E como ele emprega tão bem as figuras de estilo! Nós, leitores, mergulhamos nessas ondas brancas como se dela fizéssemos parte, tal qual a lenda de que "os meninos vem do mar"
"abismar o olhar" (gosto disto), não é olhar simplesmente, é ver com os olhos da alma...
Obrigada por mais esta linda leitura.
Xêro.
Querida Estela e suas lindas Bonecas da Mari(preciso e visitá-las, urgente!)... também acho este "cara" que se chama Manuel, (chama-se por ser eterno,em seu legado deixado)fantástico, em seus escritos. Em tudo que escreveu aparece o seu berço natal...Afrânio Coutinho, muito o admirou! Lúcia Miguel Pereira, idem. Qualquer dia trarei os depoimentos dos intelectuais cearenses, que foram seus amigos, penalizados com a sua precoce morte. É de arrepiar...
ExcluirObrigada, amiga, pelo carinho!
Xêro
São muitos os Brasis e suas histórias...texto magnífico e do nascente ao poente uma beleza só! Belíssimo trabalho de resgate histórico.Parabéns!
ResponderExcluirUm abraço
São muitos mesmo, Guaraciaba, "os Brasis e suas histórias"...Essa denominação dada aos nossos "dois" litorais, a partir de Fortaleza é muito belo, não é muito antigo, vou tentar descobrir quem o "criou"...
ExcluirEssa é a minha "missão", resgatar a minha história que está inserida na história de meu torrão natal.
Obrigada, querida, um abraço.
Muito lindo o teu blog e as imagens maravilhosas deu-me vontade de voar até aí
ResponderExcluirfeliz domingo,beijo e uma óptima semana
Carla Granja
http://paixoes-encantos.blogs.sapo.pt/
Ah, Lucia! Me deu uma vontade de estar aí nessa bela cidade que ainda não conheço... Aqui, matando saudades, beijos
ExcluirCARLA GRANJA, de Paixões e Encantos, seja bem vinda.
ExcluirObrigada, por sua presença e comentário. Irei retribuir.
Feliz domingo e boa semana.
Um abraço
Mila, venha conhecer Fortaleza. Outros, e eu, achamos que vale à pena vir aqui. Estava com saudades de você, também...Beijinhos!
ExcluirFotografias do antes e do agora com céus e mares de sonho!
ResponderExcluirUm excerto de um grande escritor, com a fluidez de quem domina a técnica narrativa. Excelente, Querida amiga Lúcia!
Aqui, cultura e arte. Sempre
Abraço amigo
"Minha terra, tem palmeiras, onde canta o sabiá", como disse o poeta e também tem "verdes mares bravios..." no decantar de um outro...além de exímios narradores, "com fluidez de quem domina a técnica narrativa"...diz agora você, querida Manu. Tem tudo isso,e é por essas razões a cultuo, com imenso prazer.
ExcluirObrigada, pelas palavras, querida amiga!
Um forte abraço,
da amiga Lúcia
Ótimo texto, e lindas imagens!!
ResponderExcluirGosto demais de tudo o que se refere ao nosso País!
Afinal, nasci em 7 de setembro (e talvez por isso, seja tão patriota).
:)
Beijo afetuoso pra você, amiga Lúcia.
Fique bem, fique com Deus.
PAZ & LUZ!
Cid@
Obrigada, Cida! Nascer no dia da independência da pátria, já é meio caminho, para ser patriota. Mosso
Excluirpaís é mesmo muito lindo...
Beijinhos, amiga,
da Lúcia
Minha amiga mais um post maravilhoso. Fotografias e texo excelentes. Quando voltar a olhar o mar vou lembrar sua história e a ternura da sua ávó dizendo que os meninos vinham do mar.
ResponderExcluirBoa semana
Beijinhos
Maria
Olá, Maria! Obrigada, amiga. Lembre-se da história, mas a ternura, na crônica, era da mãe do autor, minha bisavó, portanto..rsrs...que é avó, em dose dupla rsrs
ExcluirÉ muito lindo, isso...enternecedor...!
Beijinhos,
da Lúcia
Querida maninha Lúcia:
ResponderExcluirAntes de mais, quero pedir desculpa da minha ausência, no poste passado. Li e adorei, como o de hoje. Não disse nada, porque a semana que passou, foi um pesadelo. Tudo me saiu mal.
Não entro em pormenores, mas foi mesmo muito má. Nem força tive para dizer, como gostei do conto. Todas estas histórias antigas, me enternecem. Gostava de ter vivido neste tempo. Era tudo tão mais puro!
Ainda estou um bocado abalada, mas já voltei à realidade. Penso que durante uns dias, não estava cá. Há coisas que esqueci, outras que acho impossíveis de acontecer.
Desculpa o desabafo. Estou ainda muito abatida.
Beijinhos
Maria
Cheguei agora, do Alcatruzes da Roda. Fui lá dar-lhe um abraço, de conforto fraterno, e surpreendo com uma bela crônica de amor à infância, às bonecas,à primeira filha, aos filhos. Você é mãe nota MIL, Maria querida.
ExcluirDesabafe, o quanto quiser, nessa Cadeirinha da irmã brasileira.
Um apertado abraço e muitos beijinhos,
da Lúcia
Acredite lamento mais ainda. Acidentes num mundo virtual não,acredito apenas em mal entendido. Beijo!
ResponderExcluirAcredito, no lamento, e acredito no mal entendido.
ExcluirBeijo!
Lúcia, Querida
ResponderExcluirCom uns quantos anos a menos e acabaria por aprender o essencial sobre a História do Brasil. A ti o deveria. Mas, umas partículas de conhecimento, eu vou arrecadando das tuas Crónicas.
Obrigado.
beijos
SOL
http://acordarsonhando.blogspot.com/
SOL, querido, viu, quanto mar inspiraram nossos
Excluircronistas e poetas de cá? Poetas, cronistas e escritores portugueses, foram os grandes mestres dos nossos...
Beijos,
da Lúcia
Boa tarde, Lúcia
ResponderExcluirSeu antepassado, o escritor Oliveira Paiva, tinha um enorme poder descritivo.
Ao ler a descrição que ele faz do meio ambiente, sentimo-nos perfeitamente integrados, quase sentindo o cheiro da maresia...
Gostei muito do conto do vovô.
Beijinhos
Boa tarde, Mariazita.
ExcluirOliveira Paiva tem uma narração que nos prende, exatamente pela descrição detalhada do ambiente descrito. Seguimos o desenrolar da crônica, como se
estivéssemos presentes.
Obrigada, beijinhos!
Querida Lúcia,
ResponderExcluirLinda postagem! Parabéns, amiga! Você é, (e já disse isto em outras vezes que cá estive), uma das poucas pessoas que conheço que canta em verso e prosa, as recordações de lugares e pessoas que lhe foram e são queridos e amados.
Amei sua postagem. Sou louca por histórias antigas das cidades brasileiras. As fotos estão ótimas e retratam a época com muita clareza de detalhes.
Um afetuoso beijo em seu coração.
Maria Paraguassu.
Você é louca por história e eu, por ser louca por história, me contento mais quando conto...É muito da
Excluirherança de família, que passava para nós, quando crianças, deixando os registros e as lembranças...
Obrigada, Maria, pelo carinho e atenção.
Beijos,
da Lúcia
Olá Lúcia...
ResponderExcluirO conto Vôvô é lindo....
Gostei muito, mas também adorei as fotos que publicou....
Sobretudo as da Praia de Iracema e da Ponte Metálica, onde há menos de um tive o prazer de estar, de conhecer, de passear.....
Parabéns
Tenha uma óptima semana
beijinhos
(Albertina Granja)
É muito lindo, Albertina, as fotos também. Você conhece a minha terrinha amada, como eu conheço um pouco da sua.
ExcluirObrigada,
beijinhos, da Lúcia
Lúcia;
ResponderExcluirAos poucos vou conhecendo a "tua" Fortaleza e tornando-a também minha.
Vou também aos poucos conhecendo Manuel de Oliveira Paiva. Com que minúcias ele nos ambienta. Que maravilha de narrativa. Dizem crônica, conto? Para mim isso é poesia.
Um abraço, amiga.
Quando a gente ama, as coisas ficam mais "nossas", mas a gente deixa os outros amarem também. Então, Fortaleza é minha e tua, também...
ExcluirManuel de Oliveira Paiva, só veio a "lume", por milagre. Quase que seria um "ilustre" desconhecido, não fosse um amigo que ficou com seus originais, entregues pela viúva.
Não importa, que nome tenha, é poesia única e bela...
Obrigada, pela "parte" que me toca...na herança...rsrs
Um abraço!
Muito interessante, Lúcia! Já estive na praia de Iracema e tenho o livro do mesmo nome de José de Alencar. Adorei conhecer o lugar que deu nome ao livro. Gostei de ver as palavras " calção e ceroulas " Nos anos em que vivi no Brasil nunca as ouvi. Termos usados aqui ainda hoje. Ceroulas, já quase ninguém usa; excepto alguns senhores já muito idosos. Pois...as criancinhas vinham do mar...Sabe de onde vinham quando eu era criança? Do Porto. O meu pai era
ResponderExcluirtaxista, então era ele que as trazia da cidade do Porto!
Valha-nos Deus!!!!
Obrigada, Lucia pela partilha de mais estes momentos de história e cá fico à espera de mais. Fica bem, amiga e espero que tenhas uma bela semana. Beijinhos
Emília
Emília, esta é a praia de minha infância e adolescência, em um tempo em que havia um imenso coqueiral por toda a orla marítima...Gosto de trazer essas imagens de volta, não por nostalgia, mas por dar-me imenso prazer.
ExcluirAntigamente, o nosso vocabulário era muito semelhante ao de Portugal...depois, muito mudou.
As nossas criancinhas, aqui, vinham no bico de cegonha...
Quanto ao nome Iracema, foi uma homenagem da terra a José de Alencar, pelo seu mais famoso romance. Antes, chamava-se Praia do Peixe.
Obrigada, Emília, pelo carinho.
Beijinhos,
da Lúcia
LUCIA
ResponderExcluireU BEM QUERIa QUE FOSSEMOS PARENTES POIS O SEU AVÖ ESCREVEU MUITO BEM DETALHADAMENTE. eU SO CONHEÇO DE PASSAGEM E VI TUDO COM OS OLHOS DELE.
com carinho Monica
Mas nós somos parentes, Moniquinha, é só querermos.
ExcluirMeu tio-avô, em sua narração, faz-no sentir no ambiente descrito...realmente, vemos "com os olhos dele".
Carinhoso abraço,
da Lúcia
OLiveira paiva nos prende com uma narração de tal sorte que parece que estou vendo. Incrível!...
ResponderExcluirGostei muito.
Beijos.
É mesmo assim, Élys, até parece que estamos no ambiente descrito pelo cronista,tal é seu detalhamento.
ExcluirObrigada, amigo querido.
Beijos,
da Lúcia
Minha Querida Lúcia:
ResponderExcluirTenho-me lembrado tanto de si, minha Amiga! Tenho sido assolada por sucessivas avalanches de trabalho, o que me tem retirado disponibilidade para o blog, mas lembro-me muito do seu sofrimento. É que, se por um lado, no firmamento, uma outra estrela brilha para si e por si, por outro lado, imagino quantas vezes esse céu não estará carregado de nuvens escuras que se abatem sobre si e a fazem desabar num oceano de tristeza! É uma mulher lutadora e que procura gerir o seu sofrimento atroz, serenando-o, e encontrando objectivos por cuja concretização se bate, como continuar com este seu blog tão interessante, onde tantas vezes vai ao encontro das suas memórias, dos seus sonhos, das suas emoções. E é isso, estou convencida, que a mantem de pé, mesmo perante os embates das ondas tenebrosas deste mar, que é a vida. Fui buscar a ideia do mar, pois sinto que gosta muito do mar.
Saiba que, se sentir necessidade de falar, pode socorrer-se sempre da minha caixa de correio electrónico, porque essa eu abro todos os dias.
Um abraço do tamanho do bem que lhe desejo.
Isabel Querida,
Excluirinteressante, como criamos laços de amizade terma, por pessoas que nunca encontramos. Este mesmo sentimento, temos em comum. Lembro-me de você,com imensa ternura fraterna. Creio que essas amizades nos dão forças para seguir nesta caminhada, que se chama vida...
Do Mar, ao mesmo tempo que o temo, o amo como se fizesse parte integrante de mim. Nasci próximo a ele e habituei-me a ele. Gostando de escrever, descubro em um ancestral a mesma paixão pela coisas de infância, junto a "essas coisas" figura o mar...
Agradeço, a sua generosidade, nesse acolhimento tão sincero, tão verdadeiro, tão comovente, nesse bem querer...de tão longe, mas que me toca tão de perto!
Meu abraço, pleno de carinho, amiga.
Mais uma maravilhosa crónica. As imagens levam-me ao local! tem uma maneira linda de escrever, descrever!
ResponderExcluirMuito obrigada por estas partilhas.
Bjs
Essa crônica é das mais fascinantes, do autor, senti-nos nesse porto do passado, nessa beleza impar desses mares bravios, que tanto amamos. A descrição, é mesmo linda!
ExcluirObrigada, Lilá(s), por ter vindo...
Beijos,
da Lúcia
O mar nos remete mesmo a eternos fascínios.
ResponderExcluirCadinho RoCo
...por ser o mar sempiterno...Cadinho!
ResponderExcluirOi, Lucia!
ResponderExcluirO que mais me impressiona, na obra do Oliveira Paiva, é a riqueza de detalhes. Com ele, viajamos, e vemos pela sua ótica, tal como ele mesmo vê. Incrível.
Um abraço, amiga
Socorro Melo
Seus escritos, são riquíssimos em detalhes. Isso, e sua linguagem poética, nos prende à leitura, para saboreá-la.
ExcluirObrigada, Socorro, amiga.
Um abraço,
da Lúcia
Excelente este conto. Seu avô escrevia com o delicado detalhe dum pincel de pintor.
ResponderExcluirUm abraço
À margem: Muito obrigada pelas suas visitas ao Sexta e pelo incentivo que me deixa em cada comentário.
Elvira, ontem fui ler dois capítulos da sua bela narrativa, sobre o "seu" Manuel e, ao voltar, não respondi a esse seu comentário.
ExcluirQue bom, por ter gostado do conto, é mesmo muito lindo, era uma artista, esse meu tio-avô.
Você nem precisa de incentivo, já está mais que pronta. Sua narrativa é extraordinária, riquíssima.
Um beijo,
da Lúcia
Oi Lúcia,
ResponderExcluirAmo esta terra, já tive oportunidade de trabalhar aí há muitos anos atrás e foi aí que meu coração se encantou por este lugar!
As fotos são a história da cidade, e o conto, uma delícia de se ler!
Beijos
Leila
Gostei de saber, que ama a minha terra, Leila, e que já morou em Fortaleza. Obrigada, pelo lindo comentário.
ExcluirBeijos,
da Lúcia
Olá minha doce amiga Lúcia!Ontem estive sempre fora tratando de...livros...Pois! Chegou o dia!
ResponderExcluirE não estive para dar um abraço`a quem me diz tanto! Mas foi uma alegria a sua querida lembramça.
Agora...vai ser uma "coisa" diferente proposta por uma amiga nossa(luzdeluma...) numa blogagem coletiva! Te diverte minha querida...vai subir o pano...
(O meu mais à noite....)
Te abraço, forte!
Não há problema, Manu, entendo bem a falta de tempo, disponível...são tantos os afazeres. Acontece muito comigo. O abraço de hoje tem o mesmo significado.
ExcluirPode deixar, que eu vou lá na luzdeluma, ver essa "coisa"...Adoro, quando o pano sobe...
Beijos,
da Lúcia
Oi Lúcia,
ResponderExcluirIncrível o conto pela beleza e riqueza das descrições.
Gostei das imagens bem como de conhecer um pouco da história dos portos de Fortaleza.
Parabéns pela bela e interessante postagem!
Beijos.
Obrigada, Vera Lúcia, Oliveira Paiva narra com os mínimos detalhes, o que faz sentirmo-nos no ambiente descrito. Obrigada, por ter vindo.
ExcluirBeijos.
Querida Lúcia
ResponderExcluirA escrita de Oliveira Paiva prende-nos de tal forma que nos sentimos transportados para o ambiente que ele descreve. Expressões como esta 'A cidade montada sobre mansos oiteiros...' e outras, dão vida e movimento à narração e não há não visualizarmos todos os elementos que constam da sua prosa.
Por isso é que é apaixonante tomar neste seu blog em que cada post nos presenteia com informação, documentação referentes às terras por onde a sua família passou no seu percurso e excelentes textos de familiares seus.
Minha querida Lúcia, muito obrigada.
Outra coisa: a palavra 'trapiche' aguçou a minha curiosidade. Primeiro pensei que se tratava daquelas máquinas que se atavam aos animais nos engenhos... Mas, com o decurso da narrativa vi que se tratava de atracadouro de barcos, o que eu desconhecia. :)
Beijos
Olinda
corrigindo...
Excluirfalta uma palavra aqui no meu comentário:
'e não há como não visualizarmos'
Beijos
Olinda
Querida Olinda, é isso mesmo, a narração de Oliveira Paiva é incrivelmente real, é se estivéssemos vivenciando o momento descrito. Sua linguagem é poética, leve e a construção de suas frases são incrivelmente bela. Sou "fã" desse meu tio-avô desde pequena rsrs...nunca imaginei que, um dia, iria compartilhar seus escritos na internete...
ExcluirQuanto à palavra "trapiche" creio que poderá, também o significado que você atribuiu. No caso, ele empregou significando essas pontes esses espigões de madeira, onde atracavam as embarcações.
Eu havia percebido, a ausência do "como"...isso acontece!
Obrigada, minha amiga. Volte sempre!!!
Beijos e um forte abraço,
da Lúcia
Tenho um blog que comecei agora pelo motivo do Google ter deletado meus seguidores, passei e vi seu blog e gostei,e quero deixar um convite: Gostava que fizesse parte de meus amigos virtuais no blog Peregrino e Servo, retribuirei de seguida. Obrigado.
ResponderExcluirOlá, Antônio.
ExcluirO Google, tem feito muitas "maldades" com os usuários.
Mas só nós, somos castigados...o que é bastante injusto.
Nada faço, esperando retribuição.
Ler seu avô é voltar no tempo, na cultura e na tradição de tempos que parecem tão distantes, pois vivemos o imediatismo e urgente mundo da era digital, onde tudo parece passar sem ser visto.
ResponderExcluirSeu post todo é maravilhoso, com as fotos atuais confrontando as antigas(que dá uma vontade de voltar no tempo)
Lindo querida.
Beijokas doces e um fim de semana maravilhoso.
Marly, querida, veja resposta, a você, abaixo. Beijos!
ExcluirManuel de Oliveira Paiva, Marly querida, era irmão de minha avó paterna, meu tio-avô, portanato...não o conheci, morreu muito jovem, mas deixou uma obra considerável e bela.Minha avó, que eu conheci, falava muito dele...quando ela faleceu, eu já tinha 11 anos e já admirava muito os escritos por deixados por ele.
ResponderExcluirObrigada, pelo comentário, volte sempre.
Bom final de semana, beijinhos
da Lúcia
Fico feliz, com a vitória do Tigrinho. Foi merecido! Agradeço, o mimo.
ResponderExcluirBeijinhos,
da Lúcia
Acabei de chegare eme encantei com o seu blog.
ResponderExcluirObrigada, Inaie, retribuirei a sua visita.
ExcluirUm abraço,
da Lúcia
Com muito carinho agradeço sua amizade
ResponderExcluirdesejo a todos nós uma semana abençoada e feliz.
beijos no coração.
Com saudades pois tive que me
mais espero marcar minha presença sempre.
Evanir.
Uma boa semana, Evanir. A sua amizade,
Excluiré muito marcante, sempre.
um forte abraço,
da lúcia
Minha querida amiga!
ResponderExcluirHoje venho vestida de blogueira para pedir e desejar felicidade prá vc,prá mim,prá nossos amigos que fazem esse mundo acontecer,virar,mexer,remexer o mundo do bloguista...
bjs meu docinho de côco!
Obrigada, Severa!
ExcluirAdoro, doce de côco, um beijo,
da Lúcia
Querida, parabéns! Fiquei conhecendo bem mais desta Fortaleza tão falada e cantada.Belas fotos também.teu Blog sempre me encanta.
ResponderExcluirpara voc~e muita luz e flores para enfeitar tua alma.Bjs Eloah
Estou sempre clicando errado, veja abaixo, Eloah!
ExcluirSempre tão suaves, as suas palavras, Querida Eloah.
ResponderExcluirObrigada, pelo carinho.
Beijinhos,
da Lúcia.