quinta-feira, 19 de abril de 2012

O NORDESTE SEGUNDA-FEIRA, 28 DE ABRIL DE 1952

MANOEL DE OLIVEIRA PAIVA (I)
Sua origem materna                                   J. Paiva      
Antigo Engenho Tamatanduba, Rio Grande do Norte,
onde nasceu Maria Isabel de Castro Paiva, que viria a se casar,
  em Fortaleza, com o português, da Ilha de São Miguel dos Açores,
João Francisco de Oliveira, e seriam pais de Manoel de Oliveira Paiva.
(Imagem registrada por Lúcia Paiva, em viagem de pesquisa - 2007)
Ainda no tempo em que tomei conhecimento de minha existência, sobretudo num ambiente de íntima e piedosa veneração pelo passado de nossa família, a casa como que retratava, nos móveis antigos, nas fotografias com indumentárias de casa e saia-balão, numa porção de cartas, numa coleção de estampas religiosas, num enorme oratório cheio de imagens portuguesas, emvários pequenos objetos significativos para a caracterização de pessoas e fatos que, umas e outras,  ficaram para trás, uma visão de saudoso mergulho mental nessa época, que o meu espírito romântico não chegara a alcançar. Ao vir ao mundo, a 7 de novembro de 1895, já ia fugindo, talvez com medo do Progresso, uma fase doméstica que um dia seria preciso pôr à luz do sol, se alguns vultos dos nossos, nimbado de glória, a isso forçasse a um dos membros mais tocado pelo amor à sua gente. E chegou, afinal esse dia, e dessa doce incumbência a Divina Providência me incumbiu. É que, julgando-me bem dizer sozinho no extremo desse rio do passado, confesso que aprendi a sempre venerar, a amar, a adorar o que foi e continua a ser digno, nesse culto da Grande Família, de cuja decadência morre a nossa Civilização.

Já se foram, em 1950 e 1951, minhas inesquecíveis irmã e mãe, descansar de uma vida, de mim quase de todo participada, de privações e provações, porém cheia de tristes mas consoladoras reminiscência, sempre conservadas pelo zelo e honradas pela imitação de virtudes que alguns dos parentes praticaram em grau não comum. Depois da morte de meu pai, entre meus nove e dez anos de idade, minha saudosa mãe nos tomara, a mim e minha irmã, seus dois únicos filhos, confidentes da séries de episódios de família a que assistira, ou que os nossos avós lhe haviam narrado. Agora, no momento em que meu tio, seu irmão, falecido a 29 de setembro de 1892, há quase sessenta anos, com a impressão de um dos seus romances, que ao morrer já terminara fazia alguns meses, ainda inédito por uma esquisita sorte, veio levantar, com o crime dessa tão viva "Dona Guidinha do Poço" pela mão invisível de seu gênio de artista, a cortina que ocultava, sob os originais guardados religiosamente por Américo Facó e Antônio Sales, a paisagem tão clara e pinturesca, tão cheia de enredo e interesse, do Ceará da segunda metade do século passado, é tempo de cumprirmos um antigo desejo, que é sagrado dever.

A força de nos contar certo lance de tragédia na minha família, a mamãe, (Rosa de Oliveira Paiva) cuja figura ainda antevejo em minha tia, (Luiza de Oliveira Paiva) tornara a lição bem sabida pelos dois filhos, eu e minha irmã, Maria Carmelita de Oliveira Paiva. Não era escrito mas narrado de viva voz; e, contudo, exibindo-o dentro de minha memória, não tenho vontade de preferir-lhe um film desses que servem mais à indústria que à Verdade, à Beleza e ao Bem no seu sentido integral, que é a dignidade humana.

No fundo de um dos grandes baús da casa, a mamãe nos mostrava de quando em quando, nos dias longos em que costurava tendo-nos ao seu lado, ou nas noites, no sossego da sala de jantar, uma pedra mármore que depois de cinqüenta anos que a observo, ainda contemplo, com lágrimas nos olhos d'alma, com a inscrição: "Vicente Ferreira de Paiva - assassinado no dia 3 de fevereiro de 1842 - 24 de agosto de 1872 - J.J.P " - Que era isso?

Vicente Ferreira de Paiva, avô materno de Manoel de Oliveira Paiva, e meu avô paterno e bisavô materno, fora morto de emboscada em Pedra de Fogo, província de Pernambuco, naquele remoto 1842. Saíra do engenho Tamatanduba, Rio Grande do Norte, o qual em várias biografias de nossa parentela, aparece no Dicionário Bio-bibliográfico, do Barão de Studart, como propriedade de Bernardo Freire de Castro. Ali, digamos de passagem, tiveram formação ou encontro, os Freire, os Brito, os Araújo,, os Ferreira, os Paiva, os Câmara, os Sidrim, os Queirós, os Bandeira de Melo, os Albuquerque de Barros, os Bizerril, os Bizarrias, que sei mais? Cito sem ordem, sem uma ligação entre si, que em parte já foi estudada em alguma pesquisa genealógica, ninho esse que deve ter sido de alianças que entrelaçaram inúmeras famílias do Rio Grande do Norte, da Paraíba, de Pernambuco, do Ceará e talvez de mais distantes Províncias, pois ali poderemos encontrar uma das caudais do nosso povoamento. Também desejaria bem conhecer a trama desse crime atribuído ao célebre André de Cunhaú, numa fase de lutas de partidos em que as próprias famílias se digladiavam sem piedade, e as vítimas se sucediam fatalmente.

Esse assassino muito fez sofrer minha avó e bisavó, a Madrinha, como se chamava em casa e que, ainda criança, vi morrer docemente, depois de me ter ensinado a rezar. Indo a negócios a Recife, desprezando avisos da família e dos amigos, alegando na sua reta consciência, que "quem não deve não teme", fora perder a vida montado a cavalo muito adiante dos seus comboieiros, aos quais precedera para observar corajosamente perigosas entradas pelos sertões. A um seu genro, quase pelo mesmo tempo, acontecera o mesmo, tendo descendido de sua filha, Maria Benvinda, o médico cearense Antônio Ambrósio Carneiro, pai do doutor Araken Carneiro.

De Vicente Ferreira de Paiva, casado pela primeira vez com Maria Rita do Amor Divino, descende o cel. Antônio Pereira de Brito Paiva, pai do Marechal Vicente Osório de Paiva e do Desembargador Joaquim Olímpio de Paiva. Casado pela segunda vez com Ana Joaquina de Castro, filha de Gonçalo Gomes de Castro e Maria Rita de Revorêdo, um de seus filhos foi meu pai, José Joaquim de Paiva; e também Maria Isabel, que teria de ser mãe do irrequieto mas martirizado Manoel de Oliveira Paiva, e minha querida avó materna, sobre cuja figura encanecida, que desapareceu há mais de 45 anos, ainda paira no meu espírito, por santa que era...

Aquela lousa sepulcral, trinta anos depois da morte trágica do meu avô, gravada por meu outro tio materno, João de Oliveira Paiva (que ingressou como artista que era na Padaria Espiritual , fundada a 30 de maio de 1892, quando o tio Manoel se aproximava de sua edificante morte a 29 de setembro do mesmo ano), isso há quase 80 anos, ainda nítida como se fora recentemente, o papai tinha ido levá-la ao túmulo de meu avô, em Pedra de Fogo (depois de ter corrido o Brasil até o Rio de Janeiro, onde vivera vários anos) como preito de saudade de toda a família, tendo porém desistido da viagem porque, em curto tempo, aquele trágico acontecimento tivera ressonância aqui mesmo no Ceará, onde tinham vindo residir, também seus irmãos por parte de pai, Miguel Pereira Paiva, casado na família Barroso, e Antônio Pereira de Brito Paiva, o terrível "Velho Paiva", pai do Marechal e do Desembargador, eminente vulto político que vi morrer a 22 de janeiro de 1901. Os amigos de meu pai temiam uma revindita.

Esse crime de Pedra de Fogo, obrigando minha avó e bisavó, parece-me que em 1845, como se apressada pela seca, a residir em Fortaleza, afastando-se dos sertões dos Inhamuns, mudou o destino da minha família, como que preparando, de modo indireto, o gênio e a celebridade do tio Manoel de Oliveira Paiva e do meu primo Alberto Nepomuceno. Artistas, um das letras e outro da música, vazado ao molde de homem completo que foi o português e açoriano de São Miguel, a quem João Brígido chamou um dia de "Mestre de todo o ofício", como veremos pela origem paterna, no capítulo seguinte...
(Por J. Paiva)


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NOTAS: 
1- Escrevi na íntegra, esse primeiro capítulo da biografia de Manoel de Oliveira Paiva, da mesma forma  que J. Paiva (José Joaquim de Oliveira Paiva - meu pai ) fez publicar no jornal "O NORDESTE", na Segunda-Feira do dia 28 de Abril de 1952.

2- Quem me acompanha, neste blog, desde o mês de agosto de 2011, deve ter percebido que, muitos dos fatos que eu narrei na série SAGA DE UMA FAMÍLIA encontra-se nessa biografia, por ter sido esta a "fonte" principal, para aquelas publicações. É 
importante dizer que, na altura em que meu pai escreveu essa biografia, publicada em jornal, ele ainda não havia recebido a carta do eminente historiador/pesquisador LUIS DA CÂMARA CASCUDO, que muito viria esclarecer sobre a localização geográfica do ENGENHO TAMATANDUBA.

3-Nessa biografia, meu pai se refere à cidade Pedra de Fogo, onde Vicente Ferreira de Paiva foi assassinado. Na verdade, o nome correto é Pedras de Fogo. Este nome foi esclarecido quando, em 2007 fui, com meu marido ao antigo Engenho Tamatanduba, no Rio Grande do Norte, para a pesquisa sobre meus ascendentes que, de lá, após o assassinato de meu bisavô,Vicente Ferreira de Paiva, emigraram para o Ceará.


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Voltarei, na próxima semana, com: MANOEL DE OLIVEIRA PAIVA (II)  - Sua origem paterna.   _Meu abraço, forte!









68 comentários:

  1. O meu abraço de parabéns por preservar a estória da família.

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  2. Muito bem querida amiga Lucia!
    Descobrindo suas oringens, é muito bom, sabia?
    Afinal, mais de 50% dos actuais Brasileiros teem excedencia portuguesa!

    Um beijão e vai até o meu: http://www.transpondo-barreiras.blogspot.com

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    1. José, meu querido amigo. Já tinha visto você aqui mas preferi ir "correndo" o Transpondo Barreiras. Desde o mês de novembro, você não publicava os capítulos de sua formidável história de vida. Bom que voltou. Adorei!!!

      Somos sim, portugueses e brasileiros, TODOS IRMÃOS!!!

      Beijo fraterno,
      da Lúcia

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  3. Lucinhamiga

    Grande Família e grande cronista! Voltei de Goa ainda a saborear o sonho e aqui estou a testemunhar mais um texto excelente. É o que se pode dizer: filha de escriba, sabe escrever! Para já é tudo; alto lá, não é.

    Aqui deixo o meu muito obrigado por me (nos) teres acompanhado nesta viagem de sonho. A nossa Travessa sem ti não é a mesma coisa. Tenho a certeza disso.

    Xêro da Kel e qjs de soja para tu

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    1. Ferreiramigo!!! custo a acreditar, que você já está aqui, sentadinho, na minha, NOSSA, Cadeirinha.
      Imagino a delícia que foi esta ENORME temporada em Goa!
      Já falei que senti imensa inveja do "casal XXI"!!!

      Aguardo as novidades, na Travessa... estarei sempre lá.
      XÊROS e qjs de coalho, pra tu e pra Kel,
      da Lúcia

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  4. Oi, Lucia!

    Apesar de já conhecer a história, foi impossível não me emocionar...
    O fato de alguns membros da família serem escritores, artistas, etc. possibilitou que a história (da família) não fosse perdida, e que nos fosse dada a conhecer, de forma tão amorosa.

    Beijos, amiga
    Socorro Melo

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    1. Obrigada, Socorro querida!

      É, você é das que vem me acompanhando desde que comecei, no ano passado. Mas você verá muitos outros "ingredientes" nessa narrativa biográfica escrita por meu pai, para o tio que muito amou.
      Você usou a palavra certa: amorosa. Esta, é a forma!

      Xêro,
      da Lúcia

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  5. Olá Lúcia....
    Sempre adorei ouvir histórias de família....!!!
    Acho lindo recordarmos tanta coisa que nos foi contada pelos mais velhos e que hoje são memórias vivas que não queremos, de modo algum, que venham a morrer....
    Este seu primeiro episódio aguça o apetite para muito mais que por aí há-de vir....
    Gostei muito...
    Sem dúvida que é uma família de grandes artistas.
    Parabéns Lúcia e um grande beijinho.
    Tenha um bom de fim de semana.
    Albertina

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    1. "Sofremos" então do mesmo Bem, querida Albertina.
      Quando encontro os meus irmãos, os primos, o assunto que impera é família. É muito lindo mesmo!

      Gosto, da forma como meu pai narra as lembranças. Sinto uma alegria "meio" triste, por recordá-lo também e já não tê-lo comigo.
      São muitos os artistas, nas várias gerações...o que é muito bom.
      Bom fim de semana, amiga, e beijinhos,
      da Lúcia

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  6. Parabéns Lúcia, pela pesquisa das origens.Muito bom trabalho.

    A minha visavó era brasileira e casou com meu visavô aí no Brasil. Casaram e regressou para Portugal já com ela. Assim nasceu minha avó e depois minha mãe :)
    Andamos cá e lá, por isso iremos ser ser um país irmão um do outro. Existem muitos laços que nos unem... é de certa forma genético.

    Um abraço e boa continuação.

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    1. Que interessante, Mz. Meu bisavô não mais voltou aos à Ilha de São Miguel. Só sabemos o nome dos pais dele (meus trisavós)...mas já estou me adiantando,isso faz parte do próximo capítulo...rsrs

      São muitos, os laços que unem portugueses e brasileiros, muitos e queridos.

      Obrigada, um abraço.

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  7. * ser sempre um país irmão (quis dizer)

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  8. Querida Lúcia, minha irmã brasileira:
    Cada pedaço da história de sua família, desperta em mim mil memórias da minha.
    As casas cheias de recordações, os velhos baús, cheios de antigas roupas, os objectos guardados, as cartas de pessoas há muito desaparecidas.
    Tenho apenas 3 móveis de casa dos meus avós maternos: um contador século XVII, uma escrivaninha pequenina e delicada, um velho armário sem estilo, onde guardo algumas coisas desses tempos. O resto dos móveis, foram repartidos, pelos meus irmãos e primos. Guardo religiosamente, o vestido de casamento, sapatos e meias, do casamento da minha avó, pequenos objectos, quadros bordados, com molduras feitas em talha dourada, muitas fotografias, cartas, velhos livros, algumas loiças, uma boneca de porcelana valiosa, um medalhão de ouro e pedras preciosas. Tenho quase tudo na minha sala/ biblioteca. Tudo isto tem um valor estimativo muito maior, do que o valor monetário.
    Tirei, em menina, uma foto, vestida com o vestido, junto ao contador. Um dia destes, coloco-a no meu blog. A boneca já lá apareceu. Entro na sala, e é como se todos os meus antepassados lá estivessem. As memórias, contadas por minha avó paterna, das duas famílias, que se ligavam várias vezes, estão na minha cabeça, arrumadas e vivas.
    Ali, eu vejo a bisavó, que muito sofreu, os trisavós comuns a meus pais ( minha mãe e minha avó paterna eram primas direitas), leio cartas, onde a história de todos está escrita. Há um maço de cartas, trocadas entre as minhas avós, em que a materna conta, a longa viagem de núpcias, pela Europa. Demorou um ano. Madrid, Paris, Viena,Roma, tudo essa noiva menina correu com o marido. Viagem de sonho, amiga. O que eu descubro nessas cartas! O que me fazem sonhar.
    Tudo isto, me faz adorar as tuas histórias.
    Tudo isto, se torna numa cadeia forte, que nos liga.
    Continua, minha irmã. Cada história tua, me lembra um bocado da minha.
    Tão longe e tão perto, querida!
    Sabe? Estou chorando. Me comovo, lembrando o sofrimento, as infelicidades, mesmo aquela da viagem de sonho, sofreu muito depois. Um dia conto, prometo.
    Hoje, já aluguei o teu tempo demais.
    Beijinhos, minha irmã do outro lado do mundo.
    Maria

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    1. Querida mana Maria, que belo contributo à postagem. Enriqueceu, e muito! Obrigada!
      Bom saber de tudo isso que você guarda, já havia deduzido, por comentários anteriores e pelas postagens que você publica no ALCATRUZES DA RODA. Todos os seus sentimentos de filha, mãe, esposa, mulher...lá estão, cheio de amor, ternura e, muitas das vezes, SAUDADES.
      Que história linda, da bisa, em sua viagem de núpcias.

      Temos mesmo, muitas coisas em comum, Maria. Virão mais 24 capítulos e aí, com certeza, mais se descobriremos dessas coincidências de vida.

      Obrigada, minha irmã portuguesa querida,pelo carinho.
      Beijinhos, da mana brasileira,
      Lúcia

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  9. Uma árvore genealógica de alto nível! Com ganhos e perdas como muitas!
    Abraço, Célia.

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    1. Obrigada, Célia querida.
      Fica sempre o equilíbrio,com os ganhos e perdas nas famílias. É a "lei" da vida!

      Beijos,
      da Lúcia

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  10. Então também voltarei nessa altura. Vou acompanhar a sua genealogia, através dessa biografia, que o sr seu pai escreveu.
    Um abraço e bom fim de semana

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    1. Eu espero você, elvira, obrigada!
      Bom final de semana.
      Abraço,
      da Lúcia

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  11. Obrigada, por esta parada especial, Maria Alice.
    Retribuo-lhe, o meu carinho.
    Um abraço,
    da Lucia

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  12. Minha querida Lúcia,

    Estava desde cedo a te esperar...mas valeu a pena a espera.Quando leio o que escreve,sinto como se o tempo estivesse voltando e imagino seu pai escrevendo as recordações de família...me vejo também pequenina e esperta,a ouvir as histórias que meu pai e minha mãe contavam sobre as respectivas famílias.Um livro foi publicado com os feitos de um tio avô de minha mãe,mas não sei onde anda.Vou procurá-lo e tentarei resgatar esta história.O nome A Mazorca,não é comum,mas no Google não encontrei referência.
    Seu pai escrevia muito bem e a filha não lhe fica a dever.Gosto de ver estas belas fotos e de saber de suas viagens de resgate da genealogia familiar.As vezes sinto como se estivesse ao seu lado,em sua cozinha,conversando até tarde...mineiro tem mania de conversar na cozinha.

    Bjssssss e um lindo fim de semana,
    Leninha

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    1. Você chegou bem na hora que estava digitando o comentário em resposta à Elvira. Obrigada, amiga, por estar aqui. Sei que essas histórias fazem o seu "gênero" Leninha querida. Os sentimentos são os mesmos que sinto quando leio as suas recordações em família. Esse tema, é dos nossos preferidos.
      Faço votos que encontre A Mazorca, para compartilhar conosco, seus amigos distantes (além dos pertos rsrs)

      Gosto, do estilo de meu pai e, com certeza, sofri influência. Quanto ao hábito de mineiro adorar conversar em cozinha,conheço bem, sô, eu "vivia" em Juiz de Fora, em casa de minha querida amiga Ephigênia. Você, me lembra ela, Leninha. Saiba que, cearense tem costumes semelhantes aos mineiriros, uái!
      Adora também conversar na cozinha...

      Delicioso fim de semana (tmb. na cozinha)!
      Beijos afetuosos,
      da Lúcia

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  13. Parabens amiga pela pesquisa e reescrever sua historia com todos os detalhes de uma geração.Arduo e belo trabalho que voce esta prestando a todos os seus,que nos compartilhamos.
    Grato pela atenção.
    Carinhoso abraço de paz e luz.

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    1. Obrigada, Toninho. É paixão, e grande, o ato de pesquisar, acho que é genético.
      Volte sempre e acompanhe a "curta" mas rica vida de homem criador...
      Um abraço carinhoso,
      da Lúcia

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  14. Que tragédia, mas que família linda. Alberto Nepomuceno, seu primo e um mestre da música brasileira clássica. O seu texto foi imprescindível para mim. Um abraço, Yayá.

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  15. Foi uma grande tragédia, e até hoje repercute a história nas novas gerações dessa família.
    Sim Yayá, o Maestro que nacionalizou a música erudita, é meu primo. Que bom, que o texto foi imprescindível para você. Virão mais informações sobre a vida dele.
    Um abraço,
    da Lúcia

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  16. Pedaços de sua herança genealógica,mas momentos marcantes também na história da nossa terra querida.
    Bom demais aprender e recordar alguns fatos que quando estudante li.
    Abraços e seguindo com muito entusiasmo daqui!

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    1. Minha querida amiga cearense, que "virou", em pare, italiana, parte dessa história, que fala da nosso berço comum, o nosso Ceará, realmente te pertence.

      Volte sempre, o prazer é enorme.

      Abraços, de cá!

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  17. Muito interessante essa busca ao seu passado e aos seus antepassados. Parabéns!

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    1. É assim também que vejo as tuas narrativas, lá
      no Histórias do Rio de Janeiro (cidade que amo),
      muito interessantes.
      Obrigada,
      Um beijo,
      da Lúcia

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  18. Querida Lúcia

    À medida que ia lendo a relato do seu pai, primeira parte desta biografia, fui me lembrando da saga da sua família que já nos tinha relatado, portanto foi como 'reviver' a caminhada que fizemos consigo e com a sua família, como que fazendo parte dela.
    Como já lhe havia dito, iria ter um enorme prazer em voltar a ler a excelente escrita do seu e assim é na realidade.

    Voltarei para continuar a seguir o desenrolar dessa biografia que já se adivinha cheia de interesse.

    Beijos e bom fim de semana.

    Olinda

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    1. É como eu dissera, na postagem de há uma semana: muito do que narraria, já tinha sido contemplado na SAGA DE UMA FAMÍLIA, em 2011.
      Gosto, de como meu pai escrevia, "herdei" também um pouco de seu estilo e desse seu imenso amor pela família.

      Volte, Olinda,querida amiga, com muito carinho será recebida.

      Bom final de semana e meu beijinho.
      Lúcia

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  19. Somos o reflexo do passado, adoro as historias de família. Descobri que somos irmãos.
    Abraços

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    1. É isso mesmo, Manuel Luis, sem dúvida refletimos o passado. Os laços que unem nossas pátrias, Portugal e Brasil, nos fazem, para todo o sempre, irmanados.

      Fraterno abraço, meu irmão!

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    2. TECENDO PENSAMENTO, obrigada,por ter vindo
      e pelo elogioso comentário. Um forte abraço,
      da Lúcia

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  20. Essas tuas pesquisas da história dos teus e da tua,. é linda.Belo trabalho! beijos,lindo fds!chica

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    1. chica, amiga, é sempre gostosa, a sua vinda e as palavras tão cheias de carinho.

      Bom final de semana e beijinhos,
      da Lúcia

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  21. Respostas
    1. Querido amigo, irmão, estou revisitando as origens, as heranças que me fizeram um encontrar em 2007 a tua bela terra. Sem a sua colaboração, esta foto do antigo Engenho Tamatanduba,possivelmente não estaria ilustrando essa postagem.

      Obrigada, Galvão,
      Abraço forte!

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  22. Lucia, é lindo ver uma história familiar, assim, tão forte. É com razão o orgulho q vc sente. Vc tem a história nas veias. Muita paz!

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    1. Tenho sim , Denise, muito orgulho da minha família, gostando de relatar fatos vivenciados pelas várias gerações.

      Muita paz, minha querida!

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  23. Lúcia querida, obrigada pelo carinho, vim te dar meu abraço e os votos de um final de semana bem feliz, você é admirável, viajo, lendo as histórias como num livro que o mais difícil é me manter eu mesma, vôo longe e me reporto ao tempo narrado. Muita luz e muito sucesso para você, és muito talentosa, bem se vê que é um legado de família, plantado com carinho, no coração. beijos.

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    1. Eu agradeço, Eva querida, todo o seu carinho e atenção.
      As minhas histórias tem mesmo a intenção de levar os leitores a viajarem. Que bom, que tenho conseguido.
      Este legado, tenho que compartilhar, pois o prazer é imenso.
      Beijos,
      da Lúcia

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  24. De nuevo por tu espacio, disfrutando de las cosillas que nos dejas.

    Saludos y buen fin de semana.

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    1. Que prazer, Antônio, a sua visita.
      Desfrute à vontade e volte sempre.

      Um forte abraço!

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  25. Linda história que nos faz viajar e gostar!!!
    Parabéns!!

    Beijos querida e bom final de semana!

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    1. Obrigada, Carla Fernanda, pelo elogio
      tão carinhoso.
      Tenha um bom domingo.
      Beijos,
      da Lúcia

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  26. Primeiro tenho que te dar os parabéns pelo empenho e tenacidade com que procuras resgatar a herança cultural da tua família.É uma coisa que um dia os teus filhos te agradecerão para sempre. É assim também que os nossos queridos que já terminaram a sua passagem por aqui ficam eternos no significado que deram às nossas vidas; para isso também é preciso que saibamos reconhecer esse valor e que não o esqueçamos, fazendo de tudo para o passar aos nossos filhos e netos. Isto, sim, é o verdadeiro significado da palavra FAMÍLIA. É uma pena que hoje já não haja aqueles serões onde os avós contavam aos netos as suas estórias sempre tão ricas, não deixando assim morrerem as tradições familiares. Infelizmente hoje muitos avós nem sequer têm oportunidade de conhecerem os netos e muito menos de viver com eles. É uma pena e uma consequência muito grave na formação dos nossos jovens. Ainda bem que aí no Brasil acabaram aquelas guerras intermináveis entre famílias que tantas vidas inocentes ceifaram. Parabéns, amiga, pelo teu trabalho e aqui estarei sempre para acompanhar os teus depoimentos. Um belo fim de semana e até breve.
    Emília

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    1. Fico muito grata, Emília, pelo seu elogio e muito feliz pelo seu carinho. Você tem toda razão, em ressaltar a importância dos valores passados às novas gerações e ao criticar o que ocorre nos dias de hoje, relacionados ao significado da FAMÍLIA.
      Os serões, com os filhos reunidos em volta dos pais e até avós, davam a dimensão do amor que os uniam. Hoje isso já não se dá. É lamentável.
      Realmente, hoje já não ocorrem como antigamente, as brigas entre famílias, que muitas vezes levavam à morte.
      Volte sempre amiga, estarei te esperando.
      Beijinhos,
      da Lúcia

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  27. Gostei de saber!

    Desejo-lhe um bom resto de fim de semana!

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    1. Que bom, Calado. Obrigada!

      Bom domingo, boa semana vindoura!
      Um abraço!

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  28. ♫♫°º
    Olá, amiga!
    Linda inspiração... ótimo texto biográfico.
    Bom domingo!
    Boa semana!
    Beijinhos.
    Brasil.
    °º✿

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    1. Inês, querida, bom te ver!
      Obrigada, pelo carinho.
      Bom domingo, boa semana e beijinhos brasileiros...
      da Lúcia.

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  29. Minha amiga a sua forma brilhante de escrever nos leva a divagar completamente na história das suas raízes, de vida e de familia.
    Bom restinho de domingo e uma semana maravilhosa.
    Beijinhos
    Maria

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  30. Obrigada, Maria! Na verdade, essa história também é minha mas,
    o texto (biografia) é de J. Paiva, meu pai.

    Volte, para acompanhar...é sempre um prazer, vê-la aqui.
    Boa semana, beijinhos,
    da Lúcia

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  31. Olá Lúcia,
    Gostaria de ter mais tempo para acompanhar tim por tim este seu resgate familiar. Acho bem interessante. Cada vez que passo por aqui e vejo as histórias, as fotos saio encantada.
    Meu avô por parte de pai se chamava, Antônio Bezerra de Pinho.
    Beijos e saudades!!!!!!!

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    1. Olá, Dalinha, é muito bom revê-la, estava com saudades.
      O tempo, realmente é o grande impedimento, não sendo suficiente para para tantas "frentes" rsrs, sei que o seu precisaria ser o triplo. Vida de artista, não é mole.
      Na família Bezerra há muitos Antonios, possivelmente somos parentas.

      Beijos,
      da Lúcia

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  32. Oi Lucia!
    Toda essa narrativa, fez-me recordar, me contava pormenores da familia, que eu já não conheci, era horas da noite seguidas, mas eu gostava mesmo de ouvir histórias sei,que lhe fazia muitas perguntas,sobre a familia materna, da paterna pouco ou nada sabia,lá ouvia uma ou outra de uns primos.
    Hoje a vida é tão a correr, que nem história tem....as familias vão-se constituindo ,vão emigrando, o tempo é pouco para se juntarem e agora, por aqui vão-se divorciando,partem-se os elos, acabam com o convivio, tenho pena...
    Vou passando por aqui.
    Até breve
    Herminia

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  33. Esse tipo de narração, para quem viveu rodeada dos seus
    familiares, no aconchego feliz de um lar bem estruturado,
    faz mesmo ressuscitar as lembranças do passado.
    Hoje, é tão raro, ver pessoas dando os devidos valores aos
    laços de família. São raros, os casamentos duradouros.

    Obrigada, Hermínia, pelo carinho.
    Um abraço, até breve.

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  34. Lindas anotações, lembranças são coisas que não devem estar apenas no coração ou na memoria, deve ser contada, dita, escrita, espalhada..

    espero uma visita no http://pradorafa.blogspot.com.br
    um bjo

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    1. Obrigada, Rafa, gosto de relembrar, contando, dizendo nos escritos que espalho...

      Gostei, de seu blog!
      Um beijo.

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  35. Lúcia, Querida

    Isto é uma Biografia (ou o conjunto de...) de ouro que tão bem tens vindo a divulgar e a enriquecer.
    A História faz-se não só das Biografias "oficiais" mas de todas as lembranças que sobrevivem ou sobreviveram aos factos.
    Parabéns, Amiga.

    Beijos

    SOL
    http://acordarsonhando.blogspot.pt/

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    1. É são várias biografias,dentro de uma história de vidas.
      Obrigada, meu querido amigo SOL!

      Beijos,
      da Lúcia

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  36. Querida que beleza de texto e de memórias!Tens um dom maravilhoso de reter lembranças, para agora ,anos depois, nos presentear com um passado histórico de tua linda família.
    Estou adorando.Parabéns.Lerei todos os capítulos.
    Bjs no coração Eloah

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    1. Foi a isso que me propus, pelo gosto e prazer de contar essas memórias dos meus que passaram para mim.

      Obrigada, minha amiga querida, pelo carinho.
      Espero por você, sempre...
      Beijos,com muito afeto,
      da Lúcia

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